Natura fica no topo do Ranking Merco das 100 Empresas mais Responsáveis ESG
Ao mesmo tempo, consultorias trabalham para aprimorar a amplitude e a transparência dos critérios de classificação
Está em curso um grande debate sobre a compreensão de empresas e investidores em relação ao conceito e à forma de avaliação de iniciativas relacionadas a ESG (em inglês, environmental, social and corporate governance), ou seja, as boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. A discussão inclui os fundamentos dos diversos rankings que vêm sendo publicados sobre o desempenho dessas companhias.
Elon Musk, por exemplo, questionou o fato de a fabricante de carros elétricos Tesla ter sido expulsa do S&P 500 ESG Index, enquanto a Exxon aparecia entre as 10 melhores empresas – mesmo sendo uma das maiores poluentes.
Já um estudo da consultoria de investimento online Betterment mostra que muita gente ainda está no escuro sobre as implicações desse tipo de investimento. No levantamento, feito com 10 mil investidores, 35% disseram não estar interessados no tema e metade admitiu que não embarcou ainda porque não entende bem do que se trata.
Para deixar mais claro tudo o que abrange o ESG e, ao mesmo tempo, fazer uma avaliação mais justa, muitos relatórios têm aperfeiçoado seu processo de classificação. O Ranking Merco Responsabilidade ESG no Brasil, por exemplo, ampliou seus indicadores para uma medição mais abrangente da sustentabilidade empresarial.
A mudança metodológica na estrutura de recompilação e análise dos dados inclui cinco avaliações com 14 diferentes fontes de informação. No total, são 2.311 entrevistas com membros da alta direção de empresas com faturamento superior a US$ 40 milhões.
A partir dessa primeira listagem, são feitas entrevistas com outros grupos, incluindo especialistas em responsabilidade social corporativa, analistas financeiros, ONGs, sindicatos, associações de consumidores, jornalistas especializados em economia, representantes do governo e gestores de mídias sociais.
“Ao reconhecer as empresas mais responsáveis, estamos valorizando as mais comprometidas com o meio ambiente, com a sociedade, com seus talentos, sua ética e governança. O comportamento corporativo exige uma atitude sustentável e nossa medição avalia as empresas mais responsáveis nos âmbitos do ESG”, afirma a Merco, em comunicado oficial.
NATURA NO TOPO DO RANKING
Pela nova metodologia, a Natura ficou no topo do ranking pelo oitavo ano consecutivo. “Temos uma trajetória de pioneirismo na implementação de um modelo de negócios que transcende a geração de lucro e que busca promover maior valor compartilhado para todos os atores envolvidos em sua cadeia de valor”, afirma Agenor Leão, vice-presidente de negócios da Natura Brasil.
Um dos principais marcos da companhia é ter desenvolvido um modelo de negócios que visa valorizar a economia da floresta amazônica. Desde 2011, a empresa movimentou R$ 2,55 bilhões em negócios na região, relacionando-se com 85 cadeias da sociobiodiversidade e desenvolvendo 41 bio ingredientes. Segundo a Natura, as iniciativas geram renda para mais de oito mil famílias de comunidades extrativistas e contribuem para a conservação de dois milhões de hectares de floresta na Amazônia.
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