Marca de cosméticos Ami Colé faz sucesso com maquiagem para BIPOCs

Diarrha N’Diaye-Mbaye não conseguia encontrar maquiagem que realçasse sua beleza. Então ela criou sua própria linha

Crédito: Ami Colé/ Antoni Shkraba/ Pexels/ Ashley Piszek/ Unsplash

Rachel Kim Raczka 2 minutos de leitura

Ao lançar a moda da “maquiagem natural”, a indústria cosmética tem promovido produtos que prometem realçar a beleza natural. Mas a fundadora da marca Ami Colé, Diarrha N’Diaye-Mbaye, descobriu que pessoas BIPOCs – sigla em inglês para black, indigenous and people of color (negros, indígenas e pessoas de cor) – que queriam seguir a tendência tinham pouquíssimas opções.

“Eu queria aquela tal ‘maquiagem de cinco minutos’ de que tanto se fala”, conta Mbaye. Mas, ao buscar produtos do gênero, o que ela encontrava eram itens que não tinham “nem o aspecto nem a tonalidade da minha pele, ou que não tinham uma paleta de nuances variada.”

A americana-senegalesa, que já havia trabalhado no marketing da L’Oréal e com desenvolvimento de produto na Glossier, achou que já era hora de resolver essa situação, aproveitando a marca de cremes que ela mesma tinha lançado há apenas um ano, a Ami Colé.

Crédito: Ami Colé/ Divulgação

Os primeiros produtos foram um batom hidratante – cujo estoque esgotou, fazendo com que os clientes tivessem que entrar em lista de espera –, um iluminador e um corretivo com seis tonalidades, ideal para pessoas com pele rica em melanina.

Para desenvolvê-los, Mbaye realizou pesquisas com mais de 400 pessoas para descobrir do que elas sentiam falta nessa área. Além disso, buscou inspiração na comunidade da qual faz parte, no bairro novaiorquino do Harlem.

Crédito: Ami Colé/ Divulgação

“Lá temos muita gente que veio de fora – de Gana, do Haiti, do Senegal, da Costa do Marfim”, enumera. Ela perguntou a jovens “vanguardistas” que tipo de produto gostariam de usar e que dessem a elas meios para que conseguissem “se parecer com elas mesmas de verdade”.

Daí nasceu uma linha de cosméticos (com produtos a partir de US$ 20) que é vegana, não faz testes com animais e utiliza ingredientes naturais, como extrato de babosa e óleo de camélia – em contrário à quantidade de substâncias tóxicas encontradas em produtos de beleza para mulheres negras.

Desde que entraram no sistema de venda direta ao consumidor, em maio de 2021, os produtos da Ami Colé conseguiram ganhar espaço em sites de e-commerce de luxo, como Net-a-Porter e Thirteen Lune . A marca lançou ainda pó, máscara e corretivo com uma ampla paleta de tons. E promete mais novidades para 2022.


SOBRE A AUTORA

Rachel Kim Raczka é professora, jornalista e colaboradora da Fast Company. saiba mais