3 dicas para ter sucesso como empreendedor

Esta experiente líder em tecnologia compartilha segredos para fazer de sua startup um negócio duradouro e próspero

Crédito: rawpixel.com

Diane Bryant 5 minutos de leitura

Trabalhei por 30 anos como líder de negócios na Intel e no Google e pude ver, em primeira mão, a importância de empreender quando se faz parte de uma empresa de tecnologia listada na Fortune 100. Conhecidos como intraempreendedores, esses líderes inovam dentro de um negócio já estabelecido.

Hoje, como CEO de uma startup de tecnologia médica que vem crescendo rapidamente, também faço parte do setor empresarial. Minha experiência me mostrou que o sucesso nesta área depende de três fatores: o primeiro é ter uma ideia disruptiva, visionária e eficiente.

O segundo é criar um plano de negócios sólido, que possa ser posto à prova no contexto de estratégia. Por fim, obter capital para fazer com que sua ideia e plano de negócios tenham êxito. Abaixo, apresento em detalhes os três elementos que um empreendedor precisa para ter sucesso.

A IDEIA: VISIONÁRIA, DISRUPTIVA E EFICIENTE

Visionária: Como fundador, é preciso acreditar que sua invenção transformará o futuro. Um visionário é alguém capaz de enxergar o que está por vir antes de todos os outros, que consegue ligar os pontos e sugerir uma conclusão inevitável.

Primeiro, os pontos devem ser identificados, para então serem ligados de forma que indiquem para onde o futuro caminha. Com o resultado em mãos, você terá confiança e coragem para seguir sua visão, ao mesmo tempo em que atrai e convence interessados em potencial a se juntar a você nessa jornada. Podem ser investidores de risco, líderes da indústria, futuros colaboradores, possíveis clientes etc.

Um visionário é alguém capaz de enxergar o que está por vir antes de todos os outros.

Disruptiva: Também é importante que a ideia seja disruptiva, o que significa que ela vai alterar significativamente as operações de diversos setores. A natureza disruptiva da tecnologia, por exemplo, pode ser vista em várias áreas. A Tesla mudou a forma como a indústria automobilística pensa os motores; a telemedicina, impulsionada pela pandemia, está revolucionando os cuidados médicos; e a robótica está reconfigurando a maioria das indústrias, como é o caso dos armazéns da Amazon.

Eficiente: Melhorar a eficiência resulta no aumento do consumo de recursos. Pode soar contraintuitivo, mas é assim que novos usos são descobertos, aplicativos são inventados e barreiras de entrada são reduzidas.

Esta é uma característica presente nas três maiores empresas da bolsa em 2021: Rivian, fabricante de picapes elétricas; Coupang, loja de comércio eletrônico da Coreia do Sul; e DiDi Global, aplicativo de compartilhamento de viagens na China. Elas operam com eficiência comprovada, a partir de uma ideia visionária e disruptiva.

MODELO DE NEGÓCIOS: VIÁVEL, DESEJÁVEL, LUCRATIVO

O caminho para o sucesso será difícil sem uma estratégia de negócios viável, desejável e lucrativa.

Viável: Você pode transformar sua ideia em produto? Consegue fazer isso antes que apareçam concorrentes e o financiamento acabe? De quem você precisa para que o seu produto chegue ao mercado? É possível convencê-lo a fazer parte do seu ecossistema? Quem integra sua cadeia de valor? Eles embarcariam na sua ideia? O que ganhariam com isso? Caso não vejam benefícios, é provável que invistam contra você. 

Desejável: Existe um mercado? Você tem provas de que haverá demanda? Se o mercado já existe, quem o lidera? Seu produto é desejável o suficiente para substituí-lo? Com quantos clientes finais você conversou? A falta de feedback direto do cliente é um problema comum. Empreendedores nunca devem avaliar seu próprio mercado, mas, sim, buscar análises independentes para garantir precisão e credibilidade.

Uma ideia disruptiva vai alterar significativamente as operações de diversos setores.

Lucrativo: Seu modelo de negócios abre caminhos para a lucratividade? Como os custos operacionais e o preço do produto impactam a receita? O quanto o modelo de negócios depende que o mercado se comporte como você espera? O que seus concorrentes farão para impedir que você tenha lucro? Quais elementos você controla e quais não controla?

ACESSO A CAPITAL: EQUIPE, INVENÇÃO, MERCADO

Minha experiência me ensinou que são necessárias três coisas para obter investimentos: uma equipe brilhante, uma invenção transformadora e um imenso mercado-alvo.

Equipe: Investidores de risco costumam dizer que, contanto que o fundador seja brilhante, investiriam em uma ideia ruim. Empreendedores bem-sucedidos acompanham de perto o setor e são rápidos em identificar mudanças, ligar os pontos e prever novos resultados. Também têm a coragem de agir. Mas, para ter sucesso, não podem manter-se presos à estratégia ou invenção original a ponto de não conseguir se adaptar.

Invenção: Os investidores de risco farão muitas perguntas, que exigem respostas ponderadas, plausíveis e assertivas: esta é realmente uma nova invenção? Você tem registro de propriedade intelectual? Existe um diferencial competitivo sustentável? Quem é a concorrência e como irá superá-la? Você tem como proteger sua ideia?

Empreendedores bem-sucedidos acompanham de perto o setor e são rápidos em identificar mudanças.

Mercado: A análise do mercado e sua taxa de crescimento devem ser críveis. Fazer sua própria avaliação de disponibilidade total de mercado pode fazer com que o investidor não o leve a sério. O ideal é que você tenha comprovação da demanda e do mercado para o seu produto por meio de depoimentos de clientes ou provas de conceito.

O mercado é grande e apresenta crescimento? Existem oportunidades para expansão? Produtos relacionados poderiam criar novos mercados e fluxos de receita e atrair novos clientes? O modelo de negócios é atraente ou muito complexo?

Thomas Edison disse a seguinte frase, enquanto testava uma ideia: “eu não falhei, só acabei de descobrir 10 mil maneiras que não funcionam.”

Fazer correções é inevitável. Mudanças rápidas de mercado, riscos inerentes e forças externas e internas exigem que os empreendedores se ajustem, se adaptem e mudem o curso. O sucesso não é garantido, mas o fracasso pode ser evitado de infinitas formas.


SOBRE A AUTORA

Diane Bryant é presidente e CEO da NovaSignal, empresa de tecnologia e dados médicos focada no diagnóstico da saúde do cérebro. saiba mais