Investimentos alternativos atraem millennials e a GenZ
Céticos em relação aos investimentos tradicionais, jovens estão aderindo a alternativas – e não são só criptomoedas
Em pouco mais de duas décadas, espera-se que millennials e membros da geração Z venham a herdar U$ 73 trilhões da geração baby boomer nos EUA. De acordo com um estudo realizado pelo Bank of America, a tendência dos novos donos desse dinheiro todo é fazer escolhas bem diferentes das de seus antecessores em termos de onde investir esses recursos.
A pesquisa ouviu cerca de mil adultos que possuem investimentos a partir de US$ 3 milhões. Ela mostra que as gerações mais jovens são bem menos interessadas em ações, preferindo criptomoedas e outras alternativas de aplicação.
Três em cada quatro jovens investidores – pessoas entre 21 e 42 anos, pelos critérios do estudo – acreditam que nunca vão se dar bem no mercado apostando apenas em opções tradicionais como títulos e ações. Nas gerações mais velhas, só 32% pensam assim.
NOVAS ALTERNATIVAS, PRINCIPALMENTE CRIPTO
O resultado é que os mais jovens estão alocando seus recursos em opções alternativas três vezes mais do que os mais velhos. Já o nível de investimento em ações dos mais jovens é metade daquele dos mais experientes. Isso representa uma mudança significativa para o mercado.
A maioria desse dinheiro está indo para criptomoedas. Quase metade (47%) dos jovens investidores têm algum tipo de ativo digital. Em média, eles alocam 15% de seu portfólio em criptomoedas (contra apenas 2% das outras gerações).
Três em cada quatro jovens investidores acreditam que nunca vão se dar bem apontando apenas em títulos e ações.
Sejam mais jovens ou mais velhos, todos confiam nas mesmas fontes de conselhos sobre investimentos: profissionais do ramo, especialistas em cripto ou em suas próprias pesquisas na internet, muito mais do que em familiares e amigos. A diferença é que metade dos jovens admite procurar dicas de investimento também nas redes sociais.
Um terço desse grupo acredita que criptomoedas são um investimento de longo prazo, e uma proporção ainda maior (35%) acham que elas serão consideradas ativos “mainstream” entre 2025 e 2027. Nada menos que 64% dizem que entendem bastante bem do assunto.
TENTATIVA E ERRO AINDA É VÁLIDO
Segundo o Bank of America, 16% do portfólio dos jovens investidores é alocado em investimentos alternativos. Apenas 1% vai para outras alternativas além das criptomoedas, mas já é alguma coisa. Para eles, as alternativas que podem proporcionar as melhores oportunidades de crescimento (tirando cripto, que é a número um) são imóveis, seguido de perto por fundos e capital investidos diretamente em empresas e por fundos ESG.
Para os mais velhos, as melhores opções são ativos dentro do próprio país. Na sequência vêm imóveis, fundos que trabalham com mercados emergentes, ativos internacionais, investimento direto e ativos privados. Cripto aparece em nono lugar na lista de preferências desse público (entre os três últimos)
UM SURPREENDENTE INTERESSE EM ARTE
Cerca de 66% dos jovens investidores possuem obras de arte (contra 23% dos mais velhos). Desse grupo, 83% compraram alguma obra no ano passado. É claro que, se a geração Z está investindo em arte, eles estão fazendo isso do seu próprio jeito rebelde.
Embora dois terços de ambos os públicos digam que gostam de arte por motivos estéticos, uma vez que uma peça se valoriza, 42% dos jovens admitem que ficam “muito propensos” a comprá-la. Entre os mais velhos, a proporção é 25%.