Shiba Inu, a “meme coin” que começa a ser levada a sério
Rival do Dogecoin, o SHIB subiu quase 100% no último mês, enquanto se prepara para a sua estreia na blockchain
Apesar de o ano passado ter sido catastrófico para as criptomoedas, algumas estão conseguindo se reerguer em 2023. Liderando este grupo está o Shiba Inu (SHIB), a moeda-meme que subiu mais de 35% nos últimos dias e quase 100% no último mês.
Esse crescimento faz parte de uma tendência mais ampla do setor. O garoto-propaganda do universo cripto, o Bitcoin, subiu 37% desde 1º de janeiro, enquanto o Ethereum viu seu valor aumentar em 35%.
Não há consenso sobre o que estaria por trás dessa alta. Entre os motivos está o clima de otimismo no ambiente macroeconômico, decorrente de sinais de que a inflação no mercado norte-americano pode finalmente estar desacelerando.
A moeda meme tem seguidores leais que a levaram ao top 10 das paradas criptográficas em apenas um ano.
Mas alguns acreditam que isso se deve às análises do Bitcoin, que calcularam que o preço mínimo da moeda seria de US$ 21 mil. Segundo essas análises, se o preço caísse abaixo do piso, o que eles chamam de “suporte” entraria em ação: investidores começariam a comprar o token, fazendo com que o preço subisse de novo.
O Bitcoin conseguiu se recuperar de uma queda em novembro, quando chegou a custar US$ 16 mil, e atingiu em 6 de fevereiro a marca de US$ 23 mil. Na esteira, criptomoedas em todo o mundo também tiveram altas.
Enquanto isso, a blockchain Ethereum está se preparando para um grande impulso técnico com a atualização Shanghai, que permitirá que pessoas que investiram tokens na manutenção do livro-razão da cadeia possam finalmente sacar suas participações.
Programada para março, a atualização já está passando por uma rede de testes de saques, intitulada Zhejiang, que está sendo realizada este mês.
ASCENSÃO METEÓRICA
Mas, agora, o hype está aumentando para a estreia da rede de segunda camada do Shiba Inu, Shibarium, que vai operar em cima da blockchain do Ethereum.
Para isso, está lançando um novo token chamado Bone Shibaswap (BONE), que servirá como um token de governança. Ele permite que seus detentores votem em propostas à medida que o universo Shibarium se expande.
Semana passada, a corretora de criptomoedas Bitget passou a listar o BONE, que acumulou uma capitalização de mercado de US$ 411 milhões. Os fãs do SHIB, que são chamados de SHIB Army, também estão fazendo campanha para que o novo token seja listado na maior bolsa de criptomoedas do mundo, a Binance.
O BONE é o primeiro de vários marcos do Shibarium, que inclui o lançamento de mais dois tokens: Leash e Treat. São tokens de recompensa para quem tem SHIBs, cujo valor ainda está abaixo do esperado: US$ 0,000014 ante sua maior alta, em outubro de 2021, quando valia cinco vezes mais.
Mas a moeda-meme, que foi criada como uma piada para rivalizar com o popular Dogecoin, tem seguidores leais que, juntos, catapultaram o SHIB para o top 10 das paradas criptográficas em apenas um ano.
Se você tivesse investido US$ 100 no SHIB no dia do seu lançamento, em agosto de 2020, essa quantia teria se multiplicado e valeria hoje US$ 2,8 milhões – mesmo com as quedas do ano passado.
NO COMEÇO, ERA SÓ UMA BRINCADEIRA
Não se sabe ao certo como surgiu a Shina Inu. A versão mais aceita é de que ela teria sido criada por uma figura chamada Ryoshi – que poderia tanto ser uma pessoa quanto um grupo ou comunidade. Ela surgiu em 2020, para rivalizar com a “meme coin” mais famosa, a Dogecoin – tanto que começou a ser chamada de Dogecoin killer, ou matadora de Dogecoin.
Mas afinal, o que é uma criptomoeda meme? Tudo começou há 10 anos, como uma brincadeira. Impressionado com loucura do mercado de criptomoedas, o engenheiro de software australiano Jackson Palmer fez uma piada no Twitter dizendo que a Dogecoin seria o próximo grande sucesso depois do Bitcoin.
Para quem não pegou a referência, Palmer se referia a um meme famoso na internet na época, com a imagem de Kabosu, uma fêmea da raça de cães Shiba Inu.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, nos EUA, o também engenheiro de software Billy Markus viu o tuíte de Palmer e resolveu entrar em contato.Fã de videogames, ele tinha um projeto parecido e sugeriu que ambos trabalhassem juntos. Uma semana depois do tuíte de Palmer, a Dogecoin foi lançada.
Continuava tudo uma grande brincadeira, mas algumas pessoas passaram a levar a coisa a sério. Palmer e Markus acabaram abandonando o projeto e a moeda ficou meio esquecida até 2021, quando um tuíte de Elon Musk fazendo alusão à “meme coin” chamou de novo a atenção para ela.
A essa altura, a concorrente Shiba Inu já havia sido lançada, inspirada no mesmo meme da cachorrinha Kabosu. De acordo com o site da Shina Inu, um quatrilhão de unidades da moeda foram lançadas inicialmente, metade reservada ao fundador da Ethereum, o indiano Vitalik Buterin.
Com o agravamento da pandemia de Covi-19, Buterin doou sua parte a instituições de caridade de seu país, inundando o mercado com a criptomoeda.
Mas seu preço varia tanto que bastou outro tuíte de Elon Musk, em novembro de 2021 – apenas uma imagem de um cão da raça shiba inu – para SHIBB valorizar mais de 100%.
Com base em reportagem de Connie Lin.