Microsoft declara guerra ao Chrome e ao Google Search
O Bing agora utiliza um novo modelo de linguagem natural chamado Prometheus, que a Microsoft afirma ser mais poderoso que o ChatGPT
A Microsoft anunciou que usará modelos de IA generativa desenvolvidos por sua parceira OpenAI para reformular drasticamente dois de seus principais produtos: o mecanismo de busca Bing e o navegador Edge.
Se os usuários aprovarem as novas versões, a Microsoft poderá, pela primeira vez em anos, ameaçar a hegemonia do Google nos mercados de busca e de navegadores.
A empresa revelou os novos produtos em um evento para a imprensa esta semana em sua sede, na cidade Redmond, em Washington. O anúncio marca o primeiro lançamento em parceria com a OpenAI, que ganhou grande visibilidade nos últimos dois meses, graças ao ChatGPT.
PESQUISA CONVERSACIONAL
O mecanismo de busca Bing agora utiliza um novo modelo de linguagem natural, chamado Prometheus, que a empresa afirma ser mais poderoso que o ChatGPT. Ela diz que, para buscas mais complexas, o novo Bing mostrará resultados mais relevantes e atualizados, que trarão informações contextuais e anotações.
A popularidade do ChatGPT criou uma nova onda na indústria de tecnologia e reacendeu a antiga rivalidade entre Google e Microsoft.
A Microsoft está reformulando todo o sistema de busca para que ele seja como uma conversa entre o usuário e o bot de pesquisa, em vez de uma experiência puramente baseada em palavras-chave, permitindo até mil caracteres para perguntas mais longas e naturais.
Para responder a uma pergunta complexa (por exemplo, “qual é a melhor maneira de se preparar para uma viagem ao México?”), o Bing também vai avaliar uma variedade de informações relacionadas à solicitação. Em seguida, exibirá um pacote de resultados personalizados que pode incluir textos, imagens, vídeos e links.
A Microsoft afirma que incorporar os modelos de linguagem natural da OpenAI no Bing resultou no maior salto de relevância dos resultados de busca em duas décadas.
A empresa também encontrou algumas maneiras de integrar os modelos da OpenAI em seu navegador Edge. Uma nova janela de bate-papo aparece à direita da tela deverá facilitar a vida do usuário, permitindo resumir uma página com muitos textos ou escrever um e-mail sobre o conteúdo de um site, por exemplo.
Além disso, o usuário pode usar o chatbot para realizar uma busca por, digamos, uma TV nova que atenda às suas necessidades.
O modelo de linguagem natural também ajudará o mecanismo de busca a encontrar resultados mais relevantes para pesquisas comuns, como informações sobre lugares ou sobre o clima.
GUERRA DE CHATBOTS?
A popularidade do chatbot surpreendentemente inteligente da OpenAI – o ChatGPT – criou uma nova onda na indústria de tecnologia. Um de seus feitos mais impressionantes foi reacender a rivalidade entre dois velhos inimigos: Google e Microsoft.
A Microsoft já tinha uma parceria de distribuição com a OpenAI, mas anunciou em janeiro que fará um investimento adicional na empresa, o que lhe confere uma participação acionária substancial.
A OpenAI, originalmente, planejava ser uma empresa sem fins lucrativos. Mas, depois de se deparar com os custos de desenvolvimento, treinamento e hospedagem de grandes modelos de inteligência artificial, optou por lançar produtos pagos e vender ações em troca de capital operacional, bem como serviços de hospedagem na nuvem da Microsoft, a Azure.
Devido à relação próxima com a OpenAI, a gigante da tecnologia, de repente, se viu em posição de desafiar o domínio de longa data do mecanismo de busca do Google. Se os consumidores aprovarem o ChatGPT na nova versão do Bing, ele poderá bater de frente com seu grande rival.
Se os usuários começarem a utilizar o sistema de busca da
O Bing agora utiliza um novo modelo de linguagem natural, que a Microsoft afirma ser mais poderoso que o ChatGPT.
Microsoft, ela pode ficar com parte da receita de publicidade que normalmente iria para o Google – que hoje é, certamente, maior do que a do Bing.
O anúncio da Microsoft/ OpenAI aconteceu um dia depois de o Google revelar sua própria aposta no poder da IA, divulgando várias novas iniciativas – a principal delas, um novo chatbot chamado Bard.
O Google também revelou planos para um novo recurso de busca através do chatbot, que fornece um pacote de resultados multimídia. Segundo a empresa, em breve será lançada uma nova API de IA generativa, na qual desenvolvedores e criativos poderão criar seus próprios aplicativos.
O Baidu também entrou na briga e anunciou a estreia de seu próprio bot, o Ernie, para março. Já a Apple deve realizar esta semana uma reunião com toda a empresa para discutir maneiras de incorporar a IA generativa em seu hardware, software e serviços.