SXSW XR Experience traz experiências imersivas com destaque para a empatia
O SXSW XR Experience é uma mostra que faz parte da programação oficial do festival de inovação SXSW e que de 12 a 14 de março exibiu projetos imersivos desenvolvidos por produtores de diversas partes do mundo. Entre as atrações, jogos, filmes e shows em realidade virtual e algumas experiências perturbadoras.
Um dos maiores destaques, Symbioses, utiliza roupas especiais que trazem sensações aos participantes, além de óculos virtuais. Juntos, os participantes devem cooperar para atingir um objetivo, com temática sobre a natureza.
Já o surpreendente Consensus Gentium se apresenta como “o filme que te assiste de volta”, em tradução livre. Criado como uma experiência realista para alertar sobre a importância da privacidade de dados e os riscos e implicações de algoritmos enviesados, a ação se dá através da interação com um celular. O experimento coloca o participante no centro da história e simula um app de vigilância do governo. O app Cidadão Global, que usa a câmera frontal do celular para acompanhar os movimentos conscientes e inconscientes dos olhos do participante, além de interações com vários personagens fictícios via celular, que medem o nível de receptividade do participante à dissidência ou conformidade com o sistema vigente. O fim da história varia de acordo com o comportamento do participante.
Também há documentários como o JFK Memento. Com o uso de óculos de realidade virtual, o filme transporta o expectador para a cena do assassinato do ex-presidente John Kennedy e sua investigação. Uma nova forma de contar histórias.
Mas o que mais me chamou a atenção foi o uso da realidade virtual como uma poderosa ferramenta para gerar a tão buscada empatia. São vários exemplos nessa linha, como o filme “Now is the time”, que inicia com o famoso discurso de Martin Luther King e coloca o espectador em diversas situações de racismo para sentir na própria pele o preconceito.
“Ukrania – The Look” transporta você até os escombros da guerra na Ucrânia, sob o ponto de vista dos sobreviventes e em seguida te coloca cara a cara eles. Impossível não se emocionar. E o que dizer de “Body Mine”, uma experiência com roupa especial e óculos de realidade virtual para sentir-se como uma pessoa trans, em um corpo que não corresponde ao seu gênero?
Todas essas vivências se tornam muito mais fortes com o uso da realidade virtual. Vê-las juntas me enche de esperança de que a tecnologia será cada vez mais uma aliada para acabar com a intolerância e promover a mobilização da sociedade para causas importantes. Como deve ser.