Ativistas levantam a bandeira do fim da insegurança alimentar
A produção de alimentos existe. O problema está no que é produzido e em como isso é distribuído
A insegurança alimentar é um problema mundial. Ami McReynolds, chief equite ffficer da ONG Feeding America, e a chef Sophia Roe, reconhecida por seus programas de receitas e pelo ativismo em prol da segurança alimentar, discutiram como melhorar a alimentação no mundo. A provocação inicial é que alimentação é questão de justiça social. Fome existe, é um problema complexo, mas solucionável.
Pelo menos 34 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. Há fome em todas as cidades norte-americanas.
A conta não fecha se levarmos em conta que 63% da população do país vive em área rural e 90% das cidades com os maiores índices de insegurança alimentar estão em áreas rurais.
A produção de alimentos existe. O problema está no que é produzido e em como isso é distribuído. Segundo Sophia Roe, que mora em um subúrbio em Nova York, não existem locais próximos para comprar alimentos frescos e saudáveis.
É preciso rodar muito para chegar a uma loja com boa oferta de legumes e verduras. O que a população de menor renda consegue comprar com facilidade são alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional.
Outro ponto destacado são as plantações de alimentos originários de outros países. Eles são adaptados às suas
Pelo menos 34 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar nos Estados Unidos.
regiões de origem em termos de clima, solo e consumo de água, mas não fazem sentido em outras localidades, gerando desequilíbrios ambientais e baixa produtividade.
Uma das alternativas para resolver a questão é informar e conscientizar os consumidores para que se empoderem e demandem produtos melhores, questionando o que vão comer, como esses alimentos devem ser consumidos e de onde vêm.
Pelo lado das indústrias, a solução passa por produzir alimentos melhores e ter consciência no sentido de oferecer opções saudáveis.
A filantropia entra nesse sistema para avaliar as necessidades da comunidade e organizar o trabalho, com definição de lideranças – o que leva tempo e precisa de investimento.
Sophia destaca que existem diversas soluções que podem ser levadas aos centros urbanos, tais como culturas aquapônicas ou cultivo de verduras em pequenos espaços que podem ser irrigadas com tanques de água com peixes – que, por sua vez, ajudam a fertilizar os vegetais.
Boa referência de sustentabilidade na produção de carnes citada pela chef é a White Oak Pastures. Em operação desde 1866, a empresa conseguiu reunir e aplicar boas práticas de manejo dos animais, com regeneração de terras e apoio às comunidades.
“Questionem os lojistas sobre quem são os fornecedores de alimentos frescos, se estão próximos. Se optar por ser vegano, seja ativista e participe das iniciativas de proteção aos animais, à terra e de combate à fome em sua comunidade”, aconselha Sophia Roe.