Geração Z é a menos feliz no trabalho e os chefes querem entender por quê
Nova pesquisa revela diferenças significativas entre os trabalhadores quando se trata do que os deixa felizes no local de trabalho
Primeiro, houve uma pressão generalizada por uma semana de trabalho mais curta. Depois, as tais “demissões silenciosas” (quiet quiting) viraram o assunto da vez. Agora, o conceito de “segundas-feiras mínimas” está tomando conta das mídias sociais.
Todas as últimas tendências na força de trabalho enfatizam a importância do autocuidado e do equilíbrio entre vida profissional e pessoal para as gerações mais jovens. Mas, para que os líderes consigam gerenciar com eficiência suas equipes, eles precisam entender melhor o que impulsiona a felicidade no local de trabalho para todas as faixas etárias – dos baby boomers até a geração Z.
Foi justamente esse o objetivo de um novo estudo da Cangrade, empresa que oferece soluções de contratação e de gerenciamento de talentos baseada em inteligência artificial. Nesse estudo, feito nos Estados Unidos, eles apuraram como como cada geração se sente realizada no trabalho e por quê.
é crucial entender os valores que guiam a felicidade de cada geração no campo profissional e como esses valores diferem.
Ao todo, 608 pessoas de quatro gerações – boomers, geração X, millennials e geração Z – responderam a uma série de perguntas em uma pesquisa online. O objetivo era ajudar a avaliar atitudes e valores pessoais no trabalho. Descobriu-se que, embora as taxas de felicidade sejam semelhantes nas três gerações mais antigas, a geração Z é de longe a mais infeliz no trabalho.
Um em cada quatro entrevistados da geração Z se disseram infelizes em seus empregos e um em cada cinco disse pensar seriamente em pedir demissão.
Isso talvez tenha a ver com o fato de que a geração mais jovem acabou de começar a vida profissional e, portanto, é mais provável que esteja ocupando cargos de nível básico.
Mas aspectos de saúde mental também podem estar em jogo. De acordo com o projeto Mental Health Million, a geração Z apresenta as taxas mais baixas de bem-estar mental.
GERAÇÕES DIFERENTES, VISÕES DIFERENTES
O estudo mostra que é crucial entender os valores que guiam a felicidade de cada geração no campo profissional e como esses valores diferem. Por exemplo, sentir orgulho do que faz é crucial para a felicidade no trabalho da geração X e dos millennials.
Já os baby boomers são mais propensos do que outras gerações a dizer que seu trabalho é profundamente importante para formar a própria identidade. Eles também valorizam o sentimento de serem ouvidos no ambiente de trabalho.
Enquanto isso, para a geração Z, a questão está mais ligada ao quanto eles se sentem apaixonados pelo que fazem. “Meu ambiente de trabalho tira o melhor de mim” foi a afirmação que mais se correlacionou com a felicidade no trabalho para a geração mais jovem.
Aqui estão alguns dos principais destaques da pesquisa:
- 17% da geração Z concordaram totalmente com a afirmação “Penso em largar meu emprego” (percentual maior do que os de todas as outras gerações).
- 42% dos millennials concordaram totalmente com a afirmação “Tenho orgulho do trabalho que faço”.
- 91% da geração X concordaram com a afirmação “Meu chefe confia em mim”.
- 50% dos baby boomers concordaram com a afirmação “Gosto de contar às pessoas o que faço para viver”.
É claro que os ideais e valores mudam de uma geração para outra. A grande diferença entre esses pontos de vista torna difícil para os empregadores manter todo mundo contente. E isso parece especialmente problemático quando se trata da geração Z.
De acordo com o estudo, a geração mais nova espera mais de seus empregos. Eles anseiam por desenvolvimento profissional e não ficarão satisfeitos sem novas oportunidades de aprendizado, de orientação e de crescimento. E, se precisam do trabalho para despertar o melhor deles, então isso também tem que ser levado em consideração.