O RH está pronto para a inovação?
Nem toda empresa está preparada para adotar as novidades que surgem nas mais diferentes áreas de atuação
Empresa inovadora não é simplesmente aquela que oferece os produtos ou serviços disruptivos. Tem a ver também com uma forma de pensar mais flexível do ambiente como um todo. Um olhar que seja capaz de se adequar às constantes mudanças do mundo e das pessoas que nele vivem.
Isso não só por parte das equipes de desenvolvimento. É um pensamento que precisa fazer parte do perfil dos profissionais de todas as áreas e todos os níveis hierárquicos, incluindo a equipe de recursos humanos. E nem toda empresa está preparada para adotar as novidades que surgem nas mais diferentes áreas de atuação.
Apresentei esse contexto porque, no contato diário com profissionais de RH, me deparo com todo tipo de opinião relacionada à oferta de benefícios diferenciados aos colaboradores. Muitos já entenderam que a saúde e a qualidade de vida da equipe têm impacto direto no resultado do negócio.
a saúde e a qualidade de vida da equipe têm impacto direto no resultado do negócio.
Outros – por sorte, uma minoria – preferem se manter na oferta do básico, entendendo de maneira equivocada que é o salário o que faz os olhos de colaboradores e candidatos brilharem.
Minha preocupação é que, com essa postura pouco ou nada inovadora, os RHs percam valiosas oportunidades para melhorar o engajamento das equipes e atrair e encantar os melhores talentos do mercado.
Entendo que não é simples elaborar um pacote de benefícios significativo. Mas, com base em seis fatores, é possível começar a trilhar esse caminho.
1. Informação
Existem feiras, fóruns e conferências dedicadas a disseminar informações sobre tendências em gestão de pessoas. Em muitos desses encontros, inclusive, é possível ter acesso a práticas que têm dado certo dentro das companhias. Além disso, o assunto é abordado com muita propriedade em livros, cursos, sites e blogs especializados.
2. Objetivo da empresa com o benefício
Ainda há empresas que têm um pacote de benefícios volumoso apenas para, em um primeiro momento, atrair e encantar os talentos. Outras, porém, focam na qualidade, oferecendo benefícios que vão agregar melhora para a saúde e a qualidade de vida dos colaboradores. Nesse sentido, qual é o objetivo do seu negócio?
3. Potencial de adesão
Um benefício corporativo faz mais sentido quando pode ser desfrutado pela maior parte dos colaboradores, independentemente do cargo que cada um ocupe. Então, escolha com estratégia.
4. Custos do benefício para o negócio
Aqui, a ideia é avaliar o impacto financeiro do benefício na operação e também o quanto essa nova oferta vai gerar de trabalho para a equipe de RH, que é uma área naturalmente sobrecarregada. Então, sempre que possível, opte por firmar parceria com um fornecedor que seja capaz de fazer a gestão do benefício.
5. Potencial de retorno para o negócio
Quando uma empresa oferece transporte fretado, contribui para que as pessoas cheguem ao trabalho menos estressadas. Ao oferecer pacotes de viagens, incentiva os profissionais a realmente relaxar nas férias. O colaborador que tem estímulo para ir à academia passa a cuidar mais de si mesmo. Tudo isso, de certa forma, reflete em mais qualidade de vida, motivação e engajamento.
6. Pesquisa de clima organizacional
A empresa deve sempre mapear as necessidades, as percepções, as satisfações e as insatisfações da equipe com relação ao ambiente de trabalho como um todo, incluindo o sentimento com relação ao pacote de benefícios. Essa medida é excelente para saber em quais ações os investimentos devem ser mantidos e quando há necessidade de recalcular a rota.
A gestão de pessoas é uma ação que nos obriga sair do lugar comum com certa frequência porque o ser humano, por natureza, tem seu perfil alterado por fatores do seu mundo interno e externo. Entender essa dinâmica é o diferencial para reduzir as chances de perda de profissionais para a concorrência.