ESG na prática: ninguém pode ficar de fora

O ESG deve estar inserido na cultura das empresas e os seus indicadores têm que ser mensurados e qualificados para melhorar e potencializar os movimentos

Crédito: Fast Company Brasil

Fabiana Schaeffer 4 minutos de leitura

Segundo estimativa da PwC, o valor total investido globalmente em ESG chegará a US$ 34 trilhões até 2026. Uma realidade no mundo corporativo, esse investimento (e um olhar mais atento às práticas sustentáveis) acontece em todos os setores da indústria.

No Brasil, as empresas também têm corrido para demonstrar suas campanhas e projetos dentro do tema. Uma pesquisa da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), realizada entre março e abril de 2023, revela que 62% dos empresários têm familiaridade com o ESG e 47% das empresas já adotam essas práticas para se conectar com seus clientes, que cada vez mais pesquisam sobre iniciativas das companhias antes de fazer suas compras.

Muito se fala em fomentar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, mas isso não pode ser apenas um discurso “da moda”.

O mercado de live marketing é um dos setores promissores que vem adotando boas práticas de negócios. Com experiências físicas e híbridas de ativação de marca, o segmento gera impacto imediato nos consumidores e nas empresas. É um dos segmentos que mais movimenta a economia brasileira, principalmente a indústria de eventos, que impacta sozinha mais de 50 setores.

De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), em 2022 o mercado de eventos teve crescimento de 400% no faturamento comparado aos dois anos anteriores, sendo responsável por 4,3% do PIB nacional.

Em contrapartida, existe uma grande preocupação com a sustentabilidade, governança corporativa e responsabilidade social. Afinal, para onde vão todos os resíduos produzidos nesses eventos?

MAIS QUE UM DISCURSO, UM NOVO MINDSET

Muito se fala em fomentar os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) do Pacto Global da ONU. Mas esse movimento não pode ser apenas um discurso “da moda”: requer uma mudança de mentalidade para expandir os olhares e transformar o mundo na prática.

Esses objetivos, bem como as métricas ESG, servem justamente para orientar e organizar as empresas para que possam qualificar e potencializar seus movimentos e direcionar como e para onde estão indo.

Significa que o ESG deve estar inserido na cultura das empresas e os seus indicadores têm que ser mensurados e qualificados para melhorar e potencializar os movimentos com base em resultados e mudanças.

É necessário ter um posicionamento voltado para a sociedade evoluir com ações sustentáveis, rentáveis e que impactem positivamente. Ou seja, é preciso ter olhar e posicionamento para o mundo.

Busco na minha atividade fazer brotar esperança, futuro e solução, em vez de entregar uma pilha de novos ‘problemas’ varridos para os mares e lixões do planeta. Surgiu deste pensamento o Circulando, unidade de negócios social do ecossistema de empresas da Netza.

as métricas ESG servem justamente para que as empresas possam qualificar e potencializar seus movimentos e direcionar como e para onde estão indo.

O projeto tem feito a diferença com ações consistentes que começam dentro de casa e promovem essa mudança na prática, impactando positivamente a vida das pessoas e o meio ambiente.

O projeto foi criado com o objetivo de “ressignificar” os resíduos gerados em eventos, ativações e campanhas promocionais desenvolvidos pelo ecossistema martech e transformá-los em brindes para seus clientes.

Por meio dessa iniciativa, que ampliou suas vertentes, dezenas de metros do material utilizado deixam de ir para o lixo e ganham um novo destino: dos carpetes dos eventos, estações de trabalho, cadernos e mochilas escolares a capas para notebooks, entre outros.

É assim que, na prática, essa ressignificação funciona. Não se trata apenas de reciclar, mas de dar nova vida e sentido ao que seria descartado, tornando essa ação sustentável para a comunidade – desde as pessoas que trabalham na transformação dos materiais até as que recebem os presentes com materiais feitos do upcycling –, além de contribuir com o meio ambiente, evitando o descarte.

A preocupação com as métricas ESG está no DNA do Circulando e na cultura interna da Netza&CO, um ecossistema focado em criar conexões e fomentar a transformação do mercado por meio da economia colaborativa, com inovação, tecnologia e sustentabilidade. Ações que geram um incômodo real nas pessoas, com exercício para a mudança, sensibilizando negócios e conexões corporativas para gerar soluções autossustentáveis.

Crédito: Divulgação

SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS LIONS

Desde 2015, sou associada do Pacto Global da ONU. Em 2019, fui a única representante do mercado de comunicação brasileiro convidada a participar do SDGs in Brazil, em Nova York. Este ano, fui nomeada jurada do Cannes Lions International Festival of Creativity na categoria Sustainable Development Goals.

O que divido neste texto é apenas uma parcela da visão que me trouxe até aqui e que pretendo compartilhar para ajudar, como jurada, no momento de reconhecer projetos e iniciativas que de fato mudem a maneira como as pessoas enxergam e agem.

São esses movimentos que transformam pessoas, que acabam por transformar o mundo. É nisso que acredito piamente e é o que vou carregar para o Festival de Cannes, representando o mercado brasileiro de comunicação, as mulheres da área e o nosso país.

Confira cobertura Cannes Lions 2023!


SOBRE A AUTORA

Fabiana Schaeffer é cofundadora da Netza&CO e CEO da Netza Martech Agency. saiba mais