Executivos de TI ainda veem orçamento como impeditivo para IA
Pesquisa aponta o entusiasmo com a tecnologia e a aversão ao risco como características que estimulam confiança desses profissionais
Com o crescente interesse pelos diferentes usos da inteligência artificial, as empresas precisam avaliar se estão realmente preparadas para inseri-la em suas rotinas. Segundo pesquisa realizada pela Equinix, empresa de fornecimento de infraestrutura digital, quatro em cada 10 líderes de TI acreditam que a infraestrutura da empresa em que atuam não está totalmente preparada para as demandas da tecnologia de IA.
Entre os países incluídos no estudo, o Brasil aparece um pouco mais confiante, com apenas 22% dos entrevistados apontando preocupações com a infraestrutura digital.
"Acredito que temos o peso das características inatas do brasileiro, que é um entusiasta da tecnologia e menos avesso a risco que outras nacionalidades", afirma Victor Arnaud, diretor da Equinix no Brasil.
Entre os países incluídos no estudo, o Brasil aparece um pouco mais confiante, com apenas 22% dos entrevistados apontando preocupações com a infraestrutura digital.
No entanto, não estamos tão distantes de países vizinhos. Ao se analisar os dados regionais e por país, nota-se que os executivos de TI da América Latina em geral usam ou planejam usar a IA em mais funções de negócios do que seus pares na Ásia ou mesmo na América do Norte.
A Equinix avalia que, para alguns analistas, o Brasil passou a investir em IA um pouco depois de países desenvolvidos, mas agora são os executivos que estão apostando na tecnologia em várias áreas do negócio.
A pesquisa, realizada com 2,9 mil tomadores de decisão de TI, mostra que 75% buscam se beneficiar das vantagens da IA e já estão usando ou planejando usá-la em várias funções-chave: 85% em operações de TI, 81% em segurança cibernética e 79% em experiência do cliente.
"Vemos muitas dessas aplicações no dia a dia: ao interagirmos com chatbots e sistemas de gestão das empresas, ao usarmos o reconhecimento facial para acessar o aplicativo do banco ou quando recebemos uma sugestão de compra personalizada no e-commerce", diz Arnaud.
No Brasil, as operações de TI também são a função mais citada (97%), com experiência do cliente (96%), marketing (92%) e vendas (91%) na sequência.
Ainda assim, o investimento se mostra o maior impeditivo para uma aplicação maior da IA: a falta de orçamento é citada por metade dos brasileiros e 46% dos executivos globais, com a lentidão de implementação vindo em seguida (por 36% e 37%, respectivamente).
Segundo Arnaud, na economia digital, o investimento em TI está relacionado com o crescimento geográfico e financeiro. A pressão sobre as equipes de tecnologia para habilitar soluções “à prova de futuro”, resilientes em qualquer cenário, nunca foi tão grande.
"Essas soluções, hoje, passam pela IA e pelo machine learning e levam à demanda por uma atualização da infraestrutura digital, que podemos considerar como o primeiro desafio", diz o executivo.
"Ambientes de TI centralizados, com data centers e operações próprios, não suportam as novas tecnologias e a imensa quantidade de dados gerados, processados e armazenados. É preciso distribuir a infraestrutura e migrar determinadas cargas de trabalho para a nuvem para ganhar agilidade e eficiência", explica o diretor da Equinix.
Outro desafio importante é a força de trabalho qualificada. A pesquisa revelou que entre as habilidades mais buscadas pelos executivos de TI estão computação em nuvem (51%), competências em proteção de dados (48%) e inteligência artificial/ machine learning (39%).