Acredite: a gerência de nível médio é mais importante do que se imagina
Veja como cuidar melhor desses gerentes que são a força vital de qualquer empresa
Essa é uma verdade incontestável – quer você queira ou não, os gerentes de nível médio são a força vital de qualquer organização. E, como na maioria dos casos, provavelmente você também está negligenciando esse grupo na sua empresa.
Atualmente, os gerentes têm duas vezes mais chances de deixar o emprego do que os funcionários que trabalham individualmente. O projeto Oxygen, do Google, experimentou acabar com os gerentes de nível médio. Não deu certo. No exército, o papel de um major é curiosamente indefinido, mas, mesmo assim, é considerado essencial.
O projeto Oxygen, do Google, experimentou acabar com os gerentes de nível médio. Não deu certo.
A mesma coisa acontece com os gerentes de nível médio – eles não têm uma função totalmente definida, mas são essenciais. Eu defino gerentes intermediários de alto desempenho como “líderes de nível B” e aconselho a permitir que tenham impacto de nível C, para que você possa se beneficiar de todo o potencial que eles ainda não estão concretizando.
OBSERVE OS DADOS
Os gerentes de nível médio são a chave para a transformação. De acordo com um estudo realizado pela escola de negócios Insead, 80% dos projetos de transformação iniciados pela gerência sênior falham, mas 80% dos projetos iniciados pelos gerentes de nível médio são bem-sucedidos. A moral da história é que, sem o seu B-suite, a transformação falha. Eles também são o pivô para o desempenho.
De acordo com pesquisa da Visier, os gerentes altamente eficazes geram lucros 48% maiores do que seus colegas mais medianos. E eles conseguem promover o engajamento e a retenção da equipe. A consultoria empresarial DDI indica que os líderes B-suite têm 10 vezes mais chances de ter alto engajamento de suas equipes, seis vezes mais de reter os melhores talentos e cinco vezes mais de evitar o esgotamento dos funcionários.
Os gerentes de nível médio estão na esquina onde se encontram a estratégia corporativa e a capacidade da força de trabalho.
Conforme os negócios mudam mais rapidamente e se tornam mais complexos, a tomada de decisões estratégicas, a tomada de riscos e a criação de cultura estão evoluindo para cada contexto específico. Se quiser sobreviver a rupturas e choques geracionais que vimos na última meia década, precisará capacitar seus gerentes de nível médio para liderar com agilidade e ritmo.
Foi o que a Disney aprendeu quando os cinemas entraram em decadência e foi também o que o Airbnb aprendeu quando as viagens e hospedagens pararam. Isso significa rejeitar a tradicional separação de papéis que você pode ter aprendido em seu MBA (e que ainda é ensinada na maioria dos MBAs hoje) entre um líder visionário (executivo) e um administrador estratégico (gerente).
Por operar nessa zona cinzenta entre os executivos e os trabalhadores, o B-suite está posicionado de forma única para obter os resultados desejados. São os únicos que estão na esquina onde se encontram a estratégia corporativa e a capacidade da força de trabalho. Portanto, aproveitar isso não é apenas cuidar deles, mas liberar todo o seu potencial para a empresa.
POR ONDE COMEÇAR
- Dê a eles mais autonomia e responsabilidade, envolvendo-os na tomada de decisões e depois recuando. Esse conselho pode parecer contraintuitivo se você tiver pouca fé em seu B-suite, mas essa atitude lhe proporcionará uma equipe mais engajada e capaz. Isso significará passar um tempo convivendo com eles, o que também permitirá que você observe seu potencial para uma promoção.
- Concentre-se na força do seu banco de reservas. Segundo a DDI, há uma escassez significativa de talentos preparados para ocupar os principais cargos de liderança e apenas 12% das empresas têm um plano de sucessão confiável. Até os conselhos de administração estão começando a mostrar preocupação com essa crise de liderança iminente.
- Certifique-se de que eles tenham esclarecimentos regulares sobre suas prioridades e sua perspectiva. Os gerentes de nível médio ainda tendem a se envolver no trabalho de colaborador individual em detrimento das funções de liderança. Com isso, o desenvolvimento de talentos e o gerenciamento de resultados acabam sendo prejudicados.
- Cultive uma comunidade. Líderes de nível médio não são força de trabalho nem executivos, então seus papéis são, por natureza, ambíguos e fluidos. Para eles, a liderança é verdadeiramente solitária. De acordo com a consultoria de reconhecimento de funcionários OC Tanner, promover esse senso de conexão aumenta em 18 vezes as chances de sua cultura prosperar.
- Remova a burocracia corporativa. Os gerentes de nível médio sofrem o “efeito sobrecarga” de políticas e procedimentos que são super detalhados para eficiência de linha de frente e simplificados no topo da cadeia. O que fica embolado no meio do caminho é a dificuldade de gerir questões como os dias de folga, dispensa e férias dos funcionários. É por isso que muitos líderes de nível B, ironicamente, se autodenominam “chefes de administração”. Você paga um salário alto demais a eles para que questões como essa não sejam resolvidas.
Nesse mundo de negócios ferozmente competitivo, os gerentes intermediários são a força vital das empresas. As consequências de negligenciá-los ficam por sua conta e risco.