A inteligência natural inspirando futuros positivos


Fred Gelli 3 minutos de leitura

Fast Company. Essa marca é fonte de inspiração quando o assunto é empreendedorismo, inovação, negócios disruptivos e criatividade. Definitivamente, uma marca que participou da minha evolução profissional como designer especialista em marcas.

Trabalho com elas há pelo menos 35 anos. Marcas, quando bem construídas, ocupam um espaço na nossa cabeça e poucas conseguem ir além, podendo vir a ocupar um lugar no nosso coração. É o caso da Fast Company para mim. 

Por isso, foi uma honra e uma enorme alegria receber o convite da Mari Castro para fazer parte desse super time de colunistas. E melhor ainda, escrever para a Fast Company “Brasil”.

Quem me conhece sabe que sou um entusiasta da força criativa e empreendedora do brasileiro. Acredito que nosso lugar de potência como nação passa muito por aí. Chega de ficarmos só exportando commodities! Criatividade do Brasil para o mundo!

podemos usar a lente da biomimética para trazer inovação para produtos e serviços inspirados em soluções de design natural.

A oportunidade de uma vez por mês trazer uma reflexão que poderá funcionar como um estímulo e provocação é uma felicidade. 

Quanto ao que pretendo compartilhar por aqui, será uma mistura da minha experiência acumulada como empreendedor, diretor criativo, professor, palestrante, entusiasta das disciplinas ligadas à inovação em negócios com propósito, tudo a serviço de reflexões sobre futuros desejáveis.

Mas, acima de tudo, tendo como pano de fundo minha fonte de inspiração primária: a “inteligência natural”. Isso faz mais sentido ainda nesse momento de onipresença da “inteligência artificial” em nossas redes de conversas. 

Minha intenção aqui será explorar essa lente de uma maneira livre. Gosto de dizer que, como designer, posso me dar ao luxo de não ser especialista em nada. Nossa vocação é sermos conectores, catalisadores de saberes.

Adoro trazer especialistas em assuntos diferentes para a roda e poder fazer as perguntas meio ingênuas, meio irresponsáveis que as crianças fazem, pois acredito que são muitas vezes elas que abrem espaço para a inovação. Juntar, por exemplo, um biólogo e um economista e explorar a ideia de “como a natureza faz negócios”, entendendo que qualquer ecossistema, como os bancos de corais, florestas ou manguezais, são incríveis ambientes de negócios.

Crédito: TBWA\ Hakuhodo

Neles, os organismos trocam energia, matéria e informação como em nossas áreas corporativas, porém de maneira virtuosa gerando valor compartilhável, fechando ciclos e criando condições para a vida prosperar. 

Será que não podemos tirar daí inspiração para a própria evolução do capitalismo? Essa é uma abordagem que tenta decifrar as estratégias brilhantes por trás da maneira como a natureza se organiza. É mais filosófico e conceitual.

Mas também podemos usar a lente da biomimética para trazer inovação para produtos e serviços inspirados em soluções de design natural. Exemplos clássicos como o trem bala japonês, inspirado no bico do mergulhão – que resolveu um grande problema de trepidação do veículo e ainda economizou 15% de energia – ou ainda um adesivo especial que garante a esterilização de ambientes em hospitais inspirado na textura da pele do tubarão, são exemplos que exploraremos por aqui.

Temos que começar a desenhar futuros desejáveis, sob risco de sermos vítimas do nosso próprio pessimismo.

Em cada coluna pretendo fazer explorações de algumas dessas múltiplas dimensões do olhar curioso e original para a natureza como fonte de inspiração para imaginarmos futuros utópicos, sempre começando com perguntas: Como a natureza faz negócios? 

Como a natureza se relaciona com audiências, alcançando o verdadeiro engajamento orgânico? 

Como a natureza transforma todo resíduo em recurso? Afinal, está na hora de reinventarmos o lixo. 

Tudo sempre a serviço das reflexões que precisamos fazer para darmos conta do gigantesco desafio criativo que temos pela frente.

A hora chegou! Temos que começar a desenhar futuros desejáveis, sob risco de sermos vítimas do nosso próprio pessimismo, tão explícito em toda a ficção científica que temos produzido nos últimos tempos. 

O futuro foi e será sempre produto da nossa imaginação. Precisamos torná-lo irresistível para que ele seja inevitável.


SOBRE O AUTOR

Fred Gelli é co-fundador e CEO da Tátil Design, consultoria de branding, design e inovação que desenha estratégias e experiências de m... saiba mais