5 perguntas para Roberta Coelho, CEO do MIBR

Crédito: MIBR/ Divulgação

Redação Fast Company Brasil 5 minutos de leitura

Uma líder que se destaca no mundo dos eSports, a CEO do Made in Brazil (MIBR), Roberta Coelho, é expert em inovação para o mercado de entretenimento. A MIBR é uma das maiores organizações profissionais de esportes eletrônicos do Brasil – foi a primeira a ganhar a Copa do Mundo de Electronic Sports no jogo Conter-Strike.

Antes do MIBR, Roberta era CFO de um outro gigante do entretenimento "made in Brazil": o Rock in Rio. Um dos maiores projetos da executiva no festival foi o GameXP, uma seção voltada para games dentro do festival. Em pouco tempo, a área se tornou o maior festival de games da América Latina. 

A executiva se aproximou do mundo dos eSports e nunca mais apertou o pause. A ida para o MIBR foi também foi um marco para a comunidade feminina no ainda muito masculino mercado gamer. Ela fundou a Grrrls League, torneio feminino de Conter-Strike: Global Offensive. 

Nesta entrevista à Fast Company Brasil, Roberta nos guia pela inovação e pelas oportunidades dos eSports. 

FC Brasil – O mercado de eSports movimentou R$ 7 bilhões no Brasil no ano passado. A expectativa é que ele cresça para R$ 13 bilhões até 2023. Quais as oportunidades para o mercado “não-gamer” entrar no segmento?

Roberta Coelho – Os jogos eletrônicos competitivos oferecem diversas oportunidades para profissionais de diferentes áreas, tanto na área de negócios quanto na de entretenimento.

O melhor jeito de promover a igualdade no mundo gamer é proporcionando oportunidades.

Por exemplo, há cargos administrativos para gerenciar times ou organizações de eSports, narradores e comentaristas para transmitir as partidas, streamers e influenciadores para criar conteúdo sobre os jogos, psicólogos e treinadores para auxiliar os atletas, desenvolvedores e designers para criar os jogos, jornalistas e analistas para cobrir o cenário de eSports e patrocinadores e investidores para apoiar financeiramente o segmento.

Essas são algumas das possibilidades para o mercado “não-gamer” entrar no segmento de eSports, que é um setor dinâmico, inovador e promissor.

FC Brasil A MIBR, uma das maiores organizações de eSports brasileira, tem patrocínio de grandes marcas, como Itaú Unibanco. O que as marcas precisam saber antes de entrar no mercado gamer? E o que elas precisam deixar de lado?

Roberta Coelho Acredito que toda marca possa entrar nesse universo. Não o vejo de forma limitada, pois estamos lidando com um material humano grande e complexo. Porém, alguns itens são fundamentais, como o conhecer o público gamer.

Crédito: MIBR/ Divulgação

A comunidade de games é formada por  um público diverso, engajado e exigente, que consome diversos produtos e serviços, mas também valoriza a autenticidade, a qualidade e a relevância das marcas que se relacionam com eles. As marcas, quando acessam esse mundo, têm que favorecer a comunidade e gerar experiências e soluções que façam sentido para esse público. 

Outro ponto é a narrativa: é preciso criar uma narrativa que conecte a sua essência com a paixão dos fãs. Você pode patrocinar um time, um evento ou um streamer, mas é preciso contar uma história que mostre que a marca e o público têm uma conexão. Inovação também é fundamental. É um mercado dinâmico e competitivo, que está sempre em evolução e em busca de novidades.

FC Brasil Você foi uma das idealizadoras da Grrrls League, liga feminina de eSports. Como promover a igualdade entre homens e mulheres no mundo gamer?

Roberta Coelho O melhor jeito de promover a igualdade no mundo gamer é proporcionando oportunidades. As oportunidades trazem as pessoas para perto, fazem com que levantem bandeiras e virem fontes de inspiração para outras pessoas.

Na Grrrls League foi assim, criamos a primeira liga feminina de eSports do Brasil. Por conta dessa oportunidade, grandes times como MIBR e Furia anunciaram seus times femininos de Counter-Strike: Global Offensive e, até hoje, estão presentes no cenário.

Além disso, tem a questão do pertencimento. Quanto mais pessoas que se identificam com o gênero feminino participarem do cenário, mais elas se sentirão pertencentes e puxarão outras. Nossa sociedade ainda acredita que “game é coisa de menino” e isso precisa mudar.

Por isso, o WIBR (Women in Brazil) – plataforma do MIBR que visa dar visibilidade para talentos que se identificam com o gênero feminino e querem trabalhar com games – foca no discurso de que “game é para todo mundo”. Assim, ajuda meninas a tomarem coragem e verem o ecossistema de games como opção de carreira superinteressante e promissora.

O Feitas no Brasil, outro projeto de inclusão do MIBR, chega voltado para o competitivo. A ideia é encontrar a quinta jogadora do novo time de LoL (League of Legends) da organização por meio de uma peneira que dará visibilidade para todas as "lolzeiras" do Brasil inteiro. 

FC Brasil Qual o futuro dos negócios de entretenimento?

Roberta Coelho Entretenimento toca a alma das pessoas. Desperta emoções, faz rir, chorar, sorrir, tem o poder de transformar e libertar. Em um mundo tão conectado como o que vivemos hoje, o entretenimento se torna cada vez mais poderoso e necessário. Mas os consumidores também estão mais exigentes e demandam autenticidade e verdade nas ações e intervenções pensadas para eles.

A comunidade de games valoriza a autenticidade, a qualidade e a relevância das marcas que se relacionam com eles.

As empresas que conseguirem criar essa conexão verdadeira com os seus fãs, consumidores e usuários, construirão comunidades engajadas e cada vez mais fiéis. O entretenimento pode ser visto de várias formas, mas todas elas devem falar de experiência para a sua comunidade. 

FC Brasil Há alguns anos, você foi responsável por criar o palco digital do Rock in Rio. No ano passado, a MIBR criou uma arena modelada no metaverso. Em quais outras inovações você aposta?

Roberta Coelho Acredito que nossa principal estratégia é nos manter constantemente atualizados e acompanhar de

Em um mundo tão conectado, o entretenimento se torna cada vez mais poderoso e necessário.

perto as tendências, aproveitando todas as oportunidades oferecidas no mundo da inovação, tanto tecnológica quanto não tecnológica. Utilizamos essa abordagem para estabelecer conexões sólidas entre nossa marca, nossos fãs e nossa comunidade, sempre buscando proporcionar experiências únicas e diferenciadas.

O MIBR é reconhecido como uma organização altamente atualizada em relação aos mais recentes lançamentos e avanços na indústria. Nossa missão é utilizar essas inovações para nos aproximar cada vez mais dos nossos fãs e comunidade, entregando experiências ousadas e ajudando-os a explorar e descobrir novos universos.

Embora seja difícil revelar detalhes específicos no momento, pois queremos preservar o elemento surpresa, podemos garantir que estamos preparando muitas novidades emocionantes para o futuro.


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