Gemini, a arma não tão secreta do Google na guerra da IA generativa

Esta nova família de LLMs pode se tornar uma ameaça real à liderança da OpenAI no mercado de chatbots

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Mark Sullivan 3 minutos de leitura

Segundo fontes, o Google estaria criando uma série de novos grandes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) que prometem superar os produtos de concorrentes de peso, como a OpenAI. Esses novos e poderosos LLMs, conhecidos coletivamente como “Gemini”, teriam a capacidade de prever palavras, além de gerar imagens a partir de comandos em texto.

Eles poderiam finalmente aproveitar ao máximo as vantagens intrínsecas da empresa na corrida da inteligência artificial – que até agora tem sido ofuscada pela parceria entre a Microsoft e a OpenAI.

O Google conta com uma equipe de pesquisa altamente competente e acumulou anos de experiência na construção e treinamento de LLMs. Este último ponto é especialmente importante, já que a eficiência dos grandes modelos de linguagem depende da quantidade, qualidade e variedade dos dados utilizados em seu treinamento.

Os modelos Gemini serão treinados com dados aos quais apenas o Google tem acesso, dando a eles uma grande vantagem competitiva. Entre eles estão os vídeos do YouTube, livros do Google Books e pesquisas acadêmicas em diversas áreas, como ciência, medicina e tecnologia, hospedadas no Google Scholar.

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A expectativa é de que a empresa anuncie os novos modelos já nos próximos meses. É possível que lance um novo chatbot com tecnologia Gemini, ou simplesmente atualize o Bard com os novos LLMs.

Essa estratégia poderá ter grandes implicações para o Google Cloud, que provavelmente será a principal plataforma pela qual clientes corporativos poderão acessar todo o poder do Gemini.

Qualquer indício de equivalência ou superioridade em relação ao GPT-4, da OpenAI, poderia dar ao Google uma nova vantagem no mercado de serviços em nuvem, possivelmente reduzindo a participação da Microsoft.

POR QUE A IA PRECISA DE UM DESIGN MELHOR

Há 40 anos, Steve Jobs inaugurou a era da computação pessoal, unindo um design atraente a placas de circuito e unidades de disquete. Nas décadas de 1990 e 2000, ex-funcionários da Apple e de outras empresas transformaram São Francisco no principal lugar para empresas de design, elevando os hardwares e softwares a novos patamares.

Agora, em 2023, uma nova geração de talentos busca definir qual é o papel do design nesse novo mundo impulsionado

É difícil acreditar que, por mais eficiente que a IA possa ser, os designers corram o risco de se tornarem obsoletos.

pela inteligência artificial. Afinal, o design sempre foi um componente essencial de cada grande transformação na computação. A IA, assim como todos os paradigmas tecnológicos anteriores, dependerá de um bom design para oferecer todo o seu potencial ao público em geral.

Embora essa necessidade aumente junto com a complexidade tecnológica, atualmente a IA tem, de certa forma, apontado para um futuro preocupante em relação ao design. A principal maneira de interagir com a IA generativa é por meio de “prompts”, uma interface rudimentar que nos remete aos anos 1960.

Apesar de a OpenAi ter conseguido a incrível proeza de atrair 100 milhões de usuários em apenas dois meses com o ChatGPT, o hardware compacto e design flexível dos smartphones colocou um supercomputador nas mãos de quase sete bilhões de pessoas em todo o mundo.

Se a IA pretende causar um impacto como este – algo em que todos os seus defensores acreditam plenamente –, será possível com uma interface antiga, que, até o lançamento do Macintosh em 1984, era a única maneira de se comunicar com um computador?

É difícil acreditar que, por mais eficiente que a IA possa ser, os designers corram o risco de se tornarem obsoletos.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais