Palworld copiou Pokémon? Os fãs gostaram, a Nintendo, não

O novo game está quebrando recordes e mostrando como se faz um bom jogo de Pokémon

Crédito: Pocket Pair

Chris Morris 3 minutos de leitura

Em apenas três dias, Palworld vendeu incríveis cinco milhões de cópias, um feito impressionante para qualquer game, especialmente para um que ainda está em “acesso antecipado” na plataforma Steam, que permite a venda de títulos em desenvolvimento. O jogo também foi lançado no Game Pass, da Microsoft.

Apelidado por muitos de “Pokémon com armas”, este game de mundo aberto rapidamente superou títulos de grande orçamento em número de jogadores simultâneos, atingindo um pico de 1,85 milhão. O site SteamSpy estima que Palworld já tenha vendido entre 10 e 20 milhões de cópias.

No entanto, ele tem sido alvo de críticas por supostamente copiar personagens de Pokémon. Críticos apontam a semelhança de várias criaturas. Há tantas que uma conta no X/ Twitter começou a documentá-las.

Inicialmente, a Pokémon Company se recusou a comentar sobre Palworld e suas semelhanças com a franquia, embora tenha publicado posteriormente um comunicado afirmando que pretende "investigar e tomar as medidas adequadas para resolver quaisquer atos que violem os direitos de propriedade intelectual relacionados a Pokémon”.

A Nintendo, proprietária parcial da empresa, supostamente teria entrado com um pedido de remoção de um mod feito por usuários que transformava o personagem principal de Palworld no Ash (protagonista da série) e todas as criaturas do game em Pokémon.

Crédito: Pocket Pair

A Pocket Pair, desenvolvedora do jogo, não respondeu quando procurada pela Fast Company. Mas o CEO da empresa, em uma entrevista pré-lançamento para a “Automation, afirmou que o game passou por uma revisão legal.

“Levamos nossos jogos muito a sério e não temos absolutamente nenhuma intenção de infringir a propriedade intelectual de outras empresas”, disse ele.

QUESTÕES DE DIREITOS AUTORAIS

Embora a Pokémon Company não tenha se manifestado diretamente e a Nintendo tenha se concentrado nos responsáveis pelos mods que claramente violam sua propriedade intelectual, as questões legais em torno de Palworld podem ainda não estar resolvidas.

Keith Wesley, especialista em direitos autorais, explica que personagens de videogame são protegidos pela lei de propriedade intelectual, e isso pode se estender a personagens com aparência semelhante. Tudo se resume às diferenças entre os dois.

Crédito: Pocket Pair

“O personagem precisa ser suficientemente distinto e usado consistentemente para estar protegido”, afirma Wesley. “E a proteção é limitada à expressão original. Em outras palavras, a Disney não pode me impedir de usar um rato falante no meu filme. Mas poderia me impedir de usar um que tenha características semelhantes – por exemplo, cor, forma, personalidade etc. – ao Mickey."

Mas quando se trata de Palworld e Pokémon, Wesley diz que não há uma resposta clara. “Mesmo que não seja uma cópia exata ou quase exata, ainda pode haver violação, mas provavelmente isso será objeto de argumentos e evidências jurídicas sobre as quais mentes razoáveis poderiam discordar”, diz ele.

Crédito: Pocket Pair

Embora ainda não tenha sido finalizado, Palworld atualmente custa US$ 26,99, cerca da metade do preço de um jogo de Pokémon (e pode ser jogado no PC, em vez de estar restrito aos ecossistemas Nintendo ou móvel).

Mas o mais importante talvez seja o buzz que ele está gerando. Os jogadores estão experimentando o game para ver sobre o que todos estão falando – isso após a recepção negativa de Pokémon Scarlet/ Pokémon Violet, os jogos mais recentes da franquia.

Crédito: Pocket Pair

Palworld está longe de ser o primeiro game a ter personagens que parecem familiares. Wesley cita casos anteriores envolvendo títulos como World of Warcraft, League of Legends e Duke Nukem.

Polêmicas podem impulsionar as vendas, mas não influenciam os jogadores a gostar do game. Embora Palworld ainda não tenha recebido críticas formais, as impressões de quem o experimentou têm sido positivas.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais