Nova CEO do Tinder quer “dar uma virada” no app de relacionamento

Faye Iosotaluno assume o cargo em um momento em que a empresa está focada em mudanças para atrair novos usuários pagantes

Créditos: The Match Group

Jessica Bursztynsky 2 minutos de leitura

O Tinder surgiu há 12 anos e revolucionou para sempre o mercado de apps de relacionamento com sua experiência inovadora de deslizar perfis para a direita ou para a esquerda. Agora, a nova CEO da empresa acredita que é hora de uma mudança – para garantir que o Tinder esteja novamente na vanguarda.

“Estamos prontos para uma nova transformação na categoria”, afirma Faye Iosotaluno, que assumiu o cargo de CEO no dia 9 de janeiro. “Por sermos o maior aplicativo de namoro do mundo, estamos em uma posição privilegiada para fazer essa mudança.”

A executiva atuava como COO desde agosto de 2022, após passar cinco anos como diretora de estratégia do Match Group, dono do Tinder. Sua promoção vem em um momento no qual a empresa está se esforçando para atrair novos usuários pagantes.

O Match Group, e o Tinder em particular, enfrentaram dificuldades com o fim da pandemia. No último trimestre de 2023, o número de usuários pagantes do aplicativo caiu 8% em comparação com o mesmo período de 2022, totalizando 10 milhões.

A empresa atribui essa queda, principalmente, ao aumento nos preços das assinaturas, mas espera fortalecer sua base de usuários pagantes no futuro.

O Tinder precisa entender como as necessidades da geração Z estão mudando e oferecer algo que os ajude a encontrar conexões reais.

No entanto, o Tinder – e o Match Group como um todo – ainda enfrentam desafios importantes. A gestora de investimentos Elliott Investment Management teria adquirido uma participação de cerca de US$ 1 bilhão no grupo e pretende pressionar a empresa a melhorar seu desempenho.

Para atrair mais usuários, o CEO do Match Group, Bernard Kim, tem incentivado o Tinder a inovar e lançar produtos em um ritmo mais acelerado desde que assumiu o cargo, em 2022. Sob sua liderança, o aplicativo lançou com sucesso vários produtos. E continua sendo líder no mercado de apps de relacionamento.

IA DÁ UM "EMPURRÃOZINHO"

Disponível em 190 países, o Tinder foi baixado mais de 530 milhões de vezes desde o lançamento e facilitou mais de 75 bilhões de conexões. Essa influência global permite implementar tecnologias para dezenas de milhões de usuários – embora, atualmente, a maioria use o aplicativo gratuitamente.

Assim como a maioria dos apps de namoro, ele opera com um modelo “freemium”, ou seja, oferece o serviço gratuitamente, mas cobra pelo acesso a recursos premium. Hoje, os membros da geração Z constituem a maior base de usuários.

“Precisamos entender como suas necessidades estão mudando, como seus modelos de interação estão mudando, e incorporar isso em nossa experiência, garantindo que estamos oferecendo algo que ainda os ajude a encontrar conexões reais”, diz Iosotaluno. “Esta é uma grande oportunidade que o Tinder tem e que mais ninguém possui.”

Outro grande ponto será a inteligência artificial. A tecnologia já é amplamente utilizada nos aplicativos de namoro para ajudar a impulsionar algoritmos e operações de segurança. 

Mas, agora, o Tinder pode aproveitá-la ainda mais para garantir que os usuários vejam perfis de pessoas por quem possam se interessar. Além disso, a IA também pode ser usada para ajudá-los a escolher as melhores fotos para seus perfis.

“Temos um papel importante a desempenhar no sentido de tornar tudo melhor, mas de uma forma autêntica”, ressalta Iosotaluno. O Match Group afirmou em seu relatório de resultados que pretende lançar muitos de seus recursos de IA ao longo de 2024.


SOBRE A AUTORA

Jessica Bursztynsky é redatora da Fast Company e cobre economia gig e outras empresas de internet de consumo. saiba mais