2024, o ano da virada de chave para a sustentabilidade corporativa
Não há mais tempo a perder. Estamos todos sentindo na pele os efeitos das mudanças climáticas: calor e frio extremos, aumento das secas, chuvas e inundações. Em 17 de novembro do ano passado, a média global de temperatura quebrou um recorde, atingindo 2,07º acima dos níveis pré-industriais.
Foi somente um dia no ano, mas soou o alerta amarelo (quase vermelho!) de que podemos chegar a um ponto sem retorno no que tange ao equilíbrio sustentável global.
A boa notícia é que, nos últimos anos, o ESG ganhou força no mundo dos negócios – seja por pressão dos acionistas ou de outros stakeholders – e várias empresas estão adotando práticas concretas e tangíveis na busca por uma operação mais sustentável.
A má é que muitas outras ainda estão “esperando para ver no que o ESG vai dar” e se comprometem apenas com ações isoladas, fora do core business, apenas para “parecer” serem empresas verdes.
Em 2024, esse tipo de comportamento, conhecido como greenwashing, será cada vez mais combatido pelos acionistas, clientes, colaboradores, ativistas e pela sociedade. Toda essa pressão está criando um movimento regulatório que tornará compulsória a direção sustentável nos negócios. As ações precisarão ser provadas, por meio de dados que possam ser verificados e comprovados.
Nas conversas e encontros que tenho com executivos e colegas especialistas, tenho sentido que a tônica para 2024 é a de que este será o ano da virada de chave na sustentabilidade corporativa.
Transparência é a palavra de ordem desse momento! Mais importante do que mostrar bons resultados, a empresa que revelar de forma honesta que poderia ter feito mais e que está aquém das metas sustentáveis estabelecidas está demonstrando coragem.
Esse é o primeiro passo para reconhecer o que precisa ser feito e desenhar o plano estratégico e tático para chegar nos objetivos. Com muita legitimidade e verdade.
OUTRAS TENDÊNCIAS PARA 2024
Além da transparência, outras tendências de ESG para o ano são:
Integração da área de sustentabilidade aos negócios
Antes vista como isolada, a sustentabilidade passa a fazer parte de toda a empresa, se tornando transversal às áreas e integrada ao negócio. Empresas que efetivamente permearem a organização e as pessoas com os princípios sustentáveis terão mais sucesso no longo prazo.
Ampliação da transição para a economia circular
Nesse processo de amadurecimento das empresas rumo às
várias empresas estão adotando práticas concretas na busca por uma operação mais sustentável.
práticas sustentáveis, a reciclagem dos resíduos, a reutilização de materiais e a preferência por energias renováveis ganham expressiva atenção e importância.
Essa é uma relação ganha-ganha-ganha: menor agressão ao meio ambiente, maior eficiência operacional e redução de custos para as empresas, geração de impacto positivo para a sociedade.
Olhar ampliado para a cadeia de suprimentos
Ninguém mais discute que a empresa é a responsável pelo que acontece em toda a cadeia de suprimentos. Na maior parte das vezes, os danos socioambientais acontecem mais nas ações de fornecedores, parceiros e terceiros, do que nas ações diretas da empresa.
Não é mais possível deixar de olhar toda a cadeia, do ponto de vista da governança corporativa. Definir políticas e processos preventivos minimiza riscos.
Colaboração e ESG lado a lado
Nesse mundo em transformação, trabalhar em colaboração é o diferencial que leva as empresas ao sucesso. Mais do que nunca, é preciso desenvolver parcerias estratégicas e ampliar a presença de especialistas em ESG nos conselhos de administração e em posições de alta liderança. Estas são algumas das ações que podem acelerar a jornada ESG nos negócios.
Sempre digo que o ESG é um processo irreversível, um caminho viável para a sustentabilidade dos negócios e do planeta. Meu conselho é: não perca tempo! Quem não se mover nessa direção e construir uma jornada sustentável não terá, literalmente, futuro.