“Nem pessimista, nem otimista: possibilista”, diz William Ury
Expert em negociação, o antropólogo fala com exclusividade à Fast Company Brasil sobre como encontrar o meio do caminho em um mundo polarizado
Um dos maiores mediadores de conflito da atualidade, antropólogo e autor, William Ury falou com a Fast Company Brasil em sua passagem no festival South by Southwest, em Austin.
Durante a conversa, abordou a importância de abraçar o conflito e como a capacidade de escutar e entender o outro segue sendo a tecnologia humana mais promissora. Ele também deu dicas de como ser bem-sucedido em uma negociação, na era do conflito.
Ury contou ainda sobre como podemos encontrar um caminho possível para sobreviver em um mundo polarizado. Esse é o tema de seu novo livro: "Possible: How We Survive (and Thrive) in an Age of Conflict" (Possível: Como sobreviver (e prosperar) em uma era de conflito, em tradução livre).
"Nem otimista, nem pessimista: sou um possibilista", diz. O livro foi visto recentemente nas mãos do presidente norte-americano Joe Biden e esgotou durante o festival, onde o antropólogo palestrou e participou de uma sessão de autógrafos.
Apesar da polarização e da intolerância do nosso tempo, Ury acredita que os conflitos podem tirar o melhor das pessoas.
O que não falta ao antropólogo é conhecimento de causa. Em cerca de 35 anos de carreira, ele já mediou conflitos no Oriente Médio, no Cáucaso, entre chefes de estado como Donald Trump, ex-presidente dos Estado Unidos, e o ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte, e dos empresários Abílio Diniz e Jean-Charles Naouri.
Mediador formado pela Universidade de Yale e Harvard, ele é cofundador do Projeto de Negociação de Harvard e autor de outros livros, como "Como chegar ao sim: Como negociar acordos sem fazer concessões".
Casado com uma brasileira e pai de três filhos, ele falou sobre sua relação com o Brasil e, em português, contou que seu coração "é brasileiro".
Veja a entrevista completa: