Igualdade de gênero é tema de mesa na NRF 2022

Crédito: Fast Company Brasil

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Shelley Zalis, CEO do projeto Female Quotient, consultoria dedicada ao avanço da igualdade de gênero no ambiente de trabalho trouxe seu lounge e as discussões de gênero para o maior evento de varejo do mundo. Lá, tem realizado diversas discussões sobre a ausência de mulheres em altos cargos das empresas, um problema que também afeta o varejo.

“Vocês repararam como a presença masculina é massiva na NRF? Isto é ainda mais curioso, se você considerar que a grande maioria das decisões de compra são realizadas por mulheres. Ando cansada de falar no assunto, porque sabemos que diversidade é uma boa decisão de negócios”, questionou no painel sobre recrutamento, treinamento e diversidade que reuniu Marina Saint-Lary, responsável por soluções digitais e tecnologia para o varejo na Globant, e Karen Etzkorn, Chief Information Officer no grupo Qurate. 

“Não estamos caminhando rápido o suficiente. Ainda há apenas 20% de mulheres na liderança no segmento”, disse Karen. 

E a presença de mulheres na cena corporativa, como se sabe, sofreu baixas ao longo da pandemia. Segunda Karen, nos últimos dois anos as empresas se preocuparam menos com a criação de um ambiente inclusivo, e mais com a contratação de pessoas que se alinhassem com a cultura da empresa. 

“É preciso olhara para além do encaixe na cultura”, argumentou. 

Ela também disse que a área de recrutamento deve considerar menos as habilidades técnicas, em nome da diversidade, e preocupar-se depois em treinar tecnicamente os funcionários. 

A mentoria tem sido um elemento importante para promover a diversidade e principalmente ajudar as pessoas a crescerem dentro das empresas e a se arriscarem mais.

“Criamos na empresa um programa de mentoria para mulheres, para lhes dar mais ferramentas, e principalmente confiança. A maior demanda que percebi na empresa, ao longo dos últimos tempos, foi por mentoria. A mentoria pode dar aquele brilho no olhar, a confiança ao entrar numa sala de reuniões que falta a muitas pessoas”, comentou.

Segundo ela, no lugar de procurar talentos fora, as empresas deveriam, mais frequentemente, procurar por talentos dentro das suas equipes, e investir neles. Seria uma solução para driblar os altos índices de pedidos de demissão e a falta de profissionais disponíveis — trazidos pela pandemia, especialmente nos Estados Unidos. 

“Falamos tanto em entrevistas para entrar e para sair de empregos. Outro dia a Ariana Huffington me disse algo muito pertinente: por que não realizamos entrevistas frequentes com os funcionários mais comprometidos? Aqueles que ficam? Para saber suas dores, suas necessidades, trocar ideias?”, questionou.

Fica a sugestão. Karen diz que é importante que as empresas estejam acompanhando o engajamento de seus times, especialmente em tempos de trabalho remoto. 

“As pessoas estão procurando flexibilidades, sentem falta da convivência com colegas. É importante avaliar pelo menos de seis em seis meses como anda o engajamento entre as pessoas, porque muitos funcionários procuram mais do que um salário em uma empresa: buscam experiências coletivas”, conclui. 

Acompanhe a cobertura especial da Fast Company Brasil da NRF 2022. 


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