Cannes Lions 2024 | Felipe Silva
Felipe Silva é fundador da agência Gana
As marcas sempre ditaram conversas e criaram tendências. Agora, também respondem às demandas da sociedade, principalmente em relação a uma pauta ESG. Como você enxerga o papel da Gana na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável?
Acredito muito que é, sim, papel da Gana e de todo o nosso mercado, incluindo marcas, agências e veículos, promover uma sociedade mais justa e sustentável, contribuindo com criatividade e inovação. Somos um mercado privilegiado em poder promover atitudes que abraçam esses dois pontos de vista.
Como você mede o impacto de uma campanha em termos de sustentabilidade e justiça social? Quais são os maiores desafios que as marcas enfrentam ao tentar alinhar suas operações com objetivos socioambientais?
O primeiro passo para medir o impacto é a busca de equipes realmente diversas. Na Gana, somos um time 100% negro. E em cada campanha e produção, buscamos parceiros realmente diversos e que sejam a representação do Brasil real. Esse desafio está ligado ao nosso resultado de negócio.
Acho que essa é a principal barreira que as marcas enfrentam. Conseguir entender que os objetivos socioambientais também são desafios de negócio, também promovem resultados e números para a companhia.
Como você vê o futuro da publicidade em um contexto de maior demanda por práticas socioambientais?
Desde que ajudei a fundar a Gana, acredito em um futuro da publicidade com mais diversidade de pessoas na linha de frente. O nosso mercado sempre foi branco e de classe média alta. Imagine o quanto ele pode ganhar dando protagonismo para toda a criatividade e inovação do Brasil real?
Precisamos dessas mentes que criam todos os dias coisas que encantam o país, mas criando para marcas. Esse é um passo fundamental. Abrir espaço para negros, indígenas, trans, pessoas com deficiência.
Temos olhares muito diferentes para enfrentar esses novos problemas que o mundo nos aponta. Todos vamos ganhar com isso. Marcas, agências e sociedade.
