Game mobile do Monopoly fez tanto sucesso que ganhou versão analógica

Como a Hasbro transformou o popular game em um novo – e viciante – jogo de tabuleiro

Crédito: Scopely

Grace Snelling 3 minutos de leitura

Primeiro, surgiu o Monopoly – que também ficou conhecido por aqui como Banco Imobiliário. Depois, em 2023, veio o Monopoly Go, um dos games mobile mais populares de todos os tempos nos EUA. E agora, temos o Monopoly Go na versão jogo de tabuleiro – a Hasbro transformou o game de volta em um jogo físico.

A nova versão é mais compacta e, como o nome sugere, é mais fácil de levar para qualquer lugar do que as anteriores. Também é muito mais rápida e simples de jogar. E, embora ainda gere alguma tensão competitiva, é menos provável que cause grandes rixas entre amigos e familiares.

O DESENVOLVIMENTO DO GAME

Para entender como surgiu o novo jogo de tabuleiro, precisamos voltar ao seu antecessor digital. O aplicativo Monopoly Go foi desenvolvido pela empresa de entretenimento interativo Scopely ao longo de cerca de seis anos. O game foi um sucesso instantâneo, gerando US$ 2 bilhões em receita nos primeiros 10 meses.

Crédito: Scopely

Os desenvolvedores enfrentaram muitos desafios para transformar a versão física original em um aplicativo. O principal deles era manter os jogadores engajados. Enquanto um jogo de tabuleiro dura apenas algumas horas, um aplicativo serve como um “companheiro para a vida toda”.

Os designers tiveram que encontrar uma maneira de torná-lo um aplicativo de uso contínuo, ao mesmo tempo em que proporcionasse uma boa dose de competitividade.

A Scopely focou em recriar essas emoções permitindo que os usuários o jogassem com familiares e amigos reais (ou estranhos online).

O game é estruturado em níveis, cada jogador tem seu próprio tabuleiros e atua como um proprietário ganancioso. Também pode realizar “assaltos a banco” e “fechamentos”, visitando os tabuleiros dos outros jogadores e destruindo suas propriedades.

Crédito: Scopely

É muito viciante. Decidi testá-lo por apenas 15 minutos e acabei jogando por uma hora. O jogo não tem a natureza estratégica do Monopoly original, mas oferece muitos estímulos de dopamina que fazem o usuário querer continuar jogando.

E isso é intencional: a equipe da Hasbro levou três anos para criar uma versão inicial do aplicativo, que foi descartada porque exigia muito esforço dos jogadores. A atual abraça a aleatoriedade com um toque de estratégia, em vez do contrário.

Crédito: Scopely

DE GAME A JOGO DE TABULEIRO

Fiel ao espírito capitalista do original, o game alcançou enorme sucesso. Foi tão bem recebido que a Scopely sugeriu à fabricante de brinquedos transformá-lo em um jogo de tabuleiro. A Hasbro aprovou a ideia e deu início a um processo de design incomum.

A equipe – formada por entusiastas de jogos de tabuleiro que estão acostumados a criar novos conceitos do zero – consultou os desenvolvedores da Scopely para descobrir que lições aprenderam com o Monopoly Go.

Crédito: Scopely

Os insights incluíam a facilidade de jogar em qualquer lugar, o ritmo rápido e os recursos exclusivos, como assaltos a banco. O desafio dos designers da Hasbro foi transformar um game para dispositivos móveis controlado por computador de volta em um jogo de tabuleiro simples, prático e divertido.

“Em um game mobile, o programa faz muitos cálculos em segundo plano”, explica Brian Baker, vice-presidente de jogos de tabuleiro da Hasbro. “Tivemos que garantir que muitas das transações fossem realmente simples para os jogadores, para que pudéssemos manter o nível de energia que o Monopoly Go, a versão mobile, oferece.”

    Baker argumenta que o novo jogo de tabuleiro, embora ainda centrado no conceito de negociar propriedades, é bastante diferente da versão clássica. Para testar essa teoria, convenci alguns amigos a se juntarem a mim em algumas partidas.

    Como no game para celular, o ritmo é bem rápido: a primeira partida durou cerca de 10 minutos e as seguintes foram ainda mais curtas. O jogo é basicamente uma disputa para ver quem coleta um certo número de peças primeiro. Embora possa haver alguma estratégia envolvida (que não consegui descobrir qual seria), ganhar é muito mais uma questão de sorte.


    SOBRE A AUTORA

    Grace Snelling é colaboradora da Fast Company e escreve sobre design de produto, branding, publicidade e temas relacionados à geração Z. saiba mais