O que há por trás das demissões em massa? (Não, não é corte de custos)
Pesquisa mostra que 80% dos líderes usam lay-offs para dispensar colaboradores sem conflitos judiciais
Há mais por trás das demissões em massa do que mostram as justificativas oficiais das companhias. Pesquisa feita pelo Resume Builder mostrou que a maioria dos líderes de grandes empresas norte-americanas usam as lay-offs como uma forma disfarçada de dispensar colaboradores, evitando conflitos e processos judiciais.
A pesquisa mostrou alguns dados reveladores e desconfortáveis: 80% dos líderes usaram demissões em massa para dispensar funcionários em vez de demiti-los por justa causa. E 27% das lideranças justificaram que os lay-offs foram uma opção viável para poupar que gerentes e gestores passassem pelo estresse de demitir um colaborador do time por vez.
Especialistas da Resume Builder indicaram que líderes mais jovens tendem a optar pela demissão em massa por dificuldade de encarar as "conversas difíceis" sobre melhora de performance com os colaboradores.
O corte de gastos acontece de uma forma ou de outra. De acordo com o Resume Builder, 30% dos líderes empresariais disseram que, depois do lay-off, substituíram os postos por outros colaboradores com salários menores.
“Está surgindo uma tendência perturbadora onde as organizações reduzem sua força de trabalho sob falsos pretextos"
Cerca de 62% dos entrevistados disseram que os lay-offs foram optados para "manter a moral da empresa", visto que dispensas por justa causa impactam negativamente a equipe que fica na companhia.
Já 59% disseram que foi para evitar reivindicações na justiça; 54% disseram que foi para evitar pagar indenizações. E quase 40% dos líderes falaram que o lay-off aconteceu para "não ferir os sentimentos dos colaboradores".
Razões para entrar no corte
A performance abaixo do exigido foi explicação de 78% para a escolha de quem estaria na lista das demissões em massa. Já 45% foram dispensados em massa por "problemas de assiduidade e compromisso"com a empresa.
Cerca de um terço dos entrevistados (31%) afirmou que o desempenho sempre influencia suas decisões sobre quem é demitido, enquanto 51% disseram que o desempenho frequentemente influencia suas decisões.
“Está surgindo uma tendência perturbadora onde as organizações reduzem sua força de trabalho sob falsos pretextos”, disse Stacie Haller, conselheira chefe de carreiras do Resume Builder.
“Muitas empresas implementam políticas rigorosas de retorno ao escritório físico para incentivar indiretamente que os funcionários saiam voluntariamente, evitando assim a necessidade de demissões ou dispensas. Tais práticas contribuem para a crescente erosão da confiança entre empregadores e empregados.”