Airbnb faz primeiro redesign em uma década. A experiência de viajar talvez nunca mais seja a mesma

Crédito: Airbnb/ Engin Akyurt/ Unsplash

Mark Wilson 2 minutos de leitura

Tripadvisor, Expedia, Booking.com, Google. Não importa qual site ou aplicativo use para programar suas próximas férias, todos funcionam da mesma forma: você digita o destino na barra de busca e escolhe a acomodação ideal entre as opções disponíveis. Não é diferente no Airbnb, a gigantesca plataforma de reserva de hospedagem que acumula o equivalente a 10 milhões de anos de estadia até o momento.

Mas, agora, tudo pode mudar com o anúncio do primeiro redesign completo desde seu surgimento. Este novo design tira o destaque da barra de busca e, em lugar disso, oferece ao usuário 56 “categorias” de atividades para fazer no destino – onde quer que seja. 

Essas categorias incluem atividades como surf, passeios em vinícolas ou caminhadas na orla, além de diferentes tipos de hospedagem, como cabanas ou casas na árvore. Todo o design foi feito para incentivar o usuário a pensar de forma mais ampla sobre onde passar as férias, apresentando as diferentes acomodações como experiências únicas, independentemente de onde estejam localizadas.

Crédito: Airbnb/ Divulgação

“Operamos em cem mil cidades ao redor do mundo. Mas a maioria das pessoas costuma digitar sempre os mesmos 20 destinos [na barra de busca]”, explica Brian Chesky, CEO do Airbnb. “Ou seja, todos acabam viajando para os mesmos lugares – Las Vegas, Miami, Nova York, Paris, Roma, Londres.”

Brian Chesky, CEO do Airbnb (Crédito: Jessica Chou/ Airbnb)

Mas a barra de busca continua lá, apesar de passar facilmente despercebida. Durante a demonstração da nova cara da plataforma, fiquei surpreso com o fato de não ter notado sua presença. Quando você acessa pelo computador, ela praticamente some em meio às categorias. Ao clicar nos ícones, aparece uma lista das mais charmosas e atraentes hospedagens na plataforma, com a data em que estão disponíveis abaixo. Não demora muito e somos completamente fisgados.

“Antes, se você quisesse fazer uma degustação de vinhos, por exemplo, precisaria digitar um lugar específico, como Sonoma ou França... Agora, basta clicar em ‘vinícola’ para encontrar várias ao redor do mundo”, diz Chesky. O Airbnb observou que as pessoas passaram a viajar em datas menos rígidas. Seu CEO acredita que esta é a oportunidade para a empresa ser mais ousada e focar em novos comportamentos.

Quando perguntado sobre o impacto que essas mudanças podem ter nos negócios, Chesky admite que ainda é difícil apontar. Mas, com o tempo, acredita que acomodações mais atraentes levarão a mais reservas de modo geral. E em cinco anos, ou talvez dez, as barras de busca não serão mais a principal forma de encontrar destinos, como hoje – mesmo que ainda tenhamos vontade de visitar cidades específicas.

Chesky se diz preocupado com a possibilidade de o Airbnb cair em uma armadilha: a de ficar estagnado, não fazer atualizações e melhorias na plataforma e, com isso, perder a oportunidade de impactar a maneira como as pessoas escolhem destinos.

“Apesar de não termos 100% de certeza sobre como esse produto será recebido, estamos confiantes. Mas o mais importante é que estamos dispostos a correr riscos e implementar mudanças capazes de afetar o setor como um todo”, diz o CEO. “Caso necessário, e certamente será, vamos adaptar o produto. Não vamos fingir que não existe um problema.”


SOBRE O AUTOR

Mark Wilson é redator sênior da Fast Company. Escreve sobre design, tecnologia e cultura há quase 15 anos. saiba mais