Colher elétrica deixa a comida com gostinho salgado sem adicionar nada de sal

A empresa Kirin afirma que a tecnologia tem um significado especial no Japão, onde o adulto médio consome cerca de 10 gramas de sal por dia

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A gigante japonesa de bebidas Kirin Holdings começará a vender uma colher elétrica que, segundo pesquisadores, é capaz de proporcionar uma alimentação mais saudável, realçando o sabor salgado dos alimentos e dispensando a adição de mais sódio.

O lançamento do produto marca a primeira comercialização desta tecnologia que, no ano passado, ganhou o Prêmio Ig Nobel, que homenageia pesquisas incomuns e mirabolantes.

Neste mês, a Kirin vai vender apenas 200 de suas Colheres de Sal Elétricas on-line por 19.800 ienes (R$ 660) e, em junho, deve disponibilizar uma tiragem limitada em uma rede varejista japonesa. Porém, dentro de cinco anos a empresa espera ter um milhão de usuários em todo o mundo. As vendas no exterior começarão em 2025.

A colher, fabricada em plástico e metal, foi desenvolvida em conjunto com Homei Miyashita, professor da Universidade de Meiji que já havia demonstrado o efeito de melhoria do sabor em um protótipo de hashis (palitinhos) elétricos.

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O efeito funciona graças à passagem de um campo elétrico fraco pela colher, para concentrar moléculas de íons de sódio na língua e, com isso, aumentar a percepção do sabor salgado do alimento. Pesando 60 gramas, a colher funciona com uma bateria de lítio recarregável.

Segundo a empresa, a tecnologia tem um significado especial no Japão, onde um adulto médio consome cerca de 10 gramas de sal por dia – o dobro da quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde.

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A ingestão excessiva de sódio está relacionada ao aumento da incidência de pressão alta, derrames e outras doenças.

"O Japão tem uma cultura alimentar que tende a favorecer os sabores salgados", explica Ai Sato, pesquisador da Kirin. "Os japoneses, como um todo, precisam reduzir a quantidade de sal ingerida, mas pode ser difícil se afastar daquilo que estamos acostumados a comer. Foi isso que nos levou a desenvolver essa colher elétrica."

A Kirin, que está migrando do ramo da cerveja para a área de saúde, chegou a opera no Brasil ao comprar a cervejaria Schincariol. A operação foi vendida em 2017 para a Heineken.

Com informações da redação da Fast Company Brasil.


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