Como funciona a IA que prevê mortes súbitas com 10 anos de antecedência

Crédito: Fast Company Brasil

Mark Wilson 1 minutos de leitura

Dentre todos os males do mundo, a doença cardíaca é o que mais mata. Até 20% das pessoas morrerão especificamente de morte súbita cardíaca (MSC). Não é um ataque cardíaco, que acontece quando as artérias são bloqueadas, mas sim um problema elétrico, que impede o coração de bater corretamente.

Mortes súbitas cardíacas podem acontecer aparentemente do nada. Mas uma nova inteligência artificial, desenvolvida pela professora Natalia Trayanova (da Universidade Johns Hopkins) e liderada pelo pesquisador Dan Popescu, pode detectar uma MSC bem antes de sua eclosão. Melhor que isso: consegue detectá-la até uma década antes. Os resultados foram publicados em uma edição recente da revista Nature Cardiovascular Research.

Esse tipo de previsão pode nos remeter às sentenças de morte do filme Minority Report. Quem, em sã consciência, desejaria saber do que vai morrer? Mas, como explica Trayanova, ferramentas preditivas como essa IA podem mudar a maneira como os médicos tratam seus pacientes. E, evidentemente, ajudarão a evitar mortes que os humanos não podiam prever antes.

Hoje, se a pessoa tem predisposição à MSC, os médicos implantam um desfibrilador. O problema é a dificuldade de saber quando alguém está predisposto a esse tipo de doença. A principal maneira de identificá-la é observando o fluxo geral de sangue dos ventrículos do coração por batimento, conhecido como fração de ejeção. Se você tiver uma fração de ejeção de, digamos, 50%, isso significa que apenas 50% do sangue dentro de um ventrículo cheio está sendo bombeado para fora a cada batimento.

“Se um paciente tiver menos de 30% de fração de ejeção, o médico adiciona um desfibrilador; se não o fizerem, acabou”, diz Trayanova.


SOBRE O AUTOR

Mark Wilson é redator sênior da Fast Company. Escreve sobre design, tecnologia e cultura há quase 15 anos. saiba mais