Conheça a nova modalidade que estreia na Olimpíada de Paris: breakdance
Com a estreia do breakdance como esporte olímpico nos Jogos de Paris de 2024, os movimentos acrobáticos serão exibidos em um palco global
Dois atletas se enfrentam em uma intensa batalha de dança. O DJ começa a tocar e os atletas começam a se contorcer, girar e praticamente desafiar a gravidade, observando um ao outro com respeito e se alternando na demonstração de suas habilidades.
Os atletas conversam por meio de seus movimentos, falam através de uma dança que celebra tanto a capacidade atlética quanto a criatividade. Embora eles provavelmente não estejam pensando conscientemente na física por trás de seus movimentos, essas danças complexas e hipnotizantes demonstram uma variedade de princípios científicos diferentes.
O breakdance, também conhecido como breaking, teve origem no final da década de 1970 no bairro do Bronx, em Nova York. Estreando como esporte olímpico nos Jogos de 2024, o breaking exibirá seus movimentos dinâmicos em um palco global. Esse estilo de dança combina a cultura do hip-hop, movimentos acrobáticos e trabalho expressivo com os pés.
Desde sua criação, o breaking evoluiu para uma forma de arte competitiva. Um MC narra os movimentos, enquanto um DJ mixa músicas, criando uma atmosfera dinâmica. A Olimpíada de Paris contará com dois eventos: um para homens, chamado B-boys, e outro para mulheres, o B-girls. Nesses eventos, os atletas se enfrentarão em batalhas de dança.
Ganha-se pontos por criatividade, personalidade, técnica, variedade, desempenho e musicalidade. O sucesso nesse esporte requer a combinação de movimentos de dança de três categorias básicas: top rock, down rock e freeze.
Os passos chamados top rock são realizados em pé, com foco em movimentos sofisticados dos pés e das mãos. Esses movimentos lembram a dança hip-hop. Os movimentos de top rock dependem de muito atrito entre os tênis do atleta e o chão. Esse atrito permite que o atleta dê passos muito rápidos e pare abruptamente.
Os movimentos de down rock são executados no chão. Os atletas podem girar em círculos com a cabeça, as costas, os cotovelos ou os ombros, tocando o chão e com os pés no ar. Os B-boys e B-girls dependem muito de um conhecimento internalizado de física para realizar esses movimentos, envolvendo conceitos como impulso e rotação.
Ganha-se pontos nessa modalidade por criatividade, personalidade, técnica, variedade, desempenho e musicalidade.
O freeze, ou congelamento, ocorre quando os atletas param em uma pose divertida, geralmente no ritmo da música e em uma posição de cabeça para baixo. Para executar um freeze com eficiência, o atleta precisa ter controle total sobre seu centro de massa, colocando-o logo acima do ponto do corpo que está em contato com o chão.
O centro de massa é a posição média de todas as partes de um atleta, ponderadas de acordo com suas massas. O "ponto de equilíbrio" onde toda a massa do atleta parece estar concentrada é o centro de massa.
Os atletas ficam mais estáveis quando seu centro de massa está o mais próximo possível do solo. Você verá muitos competidores congelarem com os braços dobrados, em um esforço para baixar o centro de massa. Isso reduz a distância do chão e minimiza a tendência do corpo de balançar para um lado ou para o outro.
COMO ENCONTRAR A ROUPA CERTA
Muitos esportes exigem um uniforme específico; o breakdance, não. O atleta pode usar o que quiser, mas a roupa adequada aumenta as chances de sucesso.
É preciso uma camisa que minimize o atrito entre o corpo e o chão durante o giro. Letras ou imagens nas costas aumentam o atrito, o que dificulta a capacidade de executar alguns movimentos de down rock. O atleta pode optar por usar mangas compridas caso planeje deslizar sobre os cotovelos, já que a pele nua em contato com o chão proporciona mais atrito.
Os atletas também precisam pensar no protetor de cabeça que vão usar. Embora existam muitos estilos diferentes de chapéus feitos especificamente para o breakdance, o atleta pode escolher o que melhor se adapta ao seu estilo de dança.
Ele precisa se certificar de que o chapéu forneça algum acolchoamento para a cabeça e, ao mesmo tempo, minimize o atrito entre a cabeça e o chão.
As costas, o cotovelo e a cabeça são os eixos de rotação durante o down rock. Portanto, o atleta deve usar um equipamento que minimize o atrito em todos esses locais. Mas também precisa garantir que o tênis tenha aderência, para maximizar o atrito durante a execução do trabalho de pés de top rock.
Os atletas também precisam se certificar de que as palmas das mãos não estejam suadas ou escorregadias, para que consigam usar o atrito para controlar a velocidade de rotação durante os giros de down rock.
No mundo do breakdance, onde os dançarinos parecem desafiar a gravidade, a força e a arte trabalham lado a lado com a física para criar os movimentos que vão levar o público ao delírio na Olimpíada.
Este artigo foi republicado do The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.