Conheça o Zoox, o carro autônomo da Amazon que parece um vagão de trem

Crédito: Zoox/ Divulgação

Mark Wilson 3 minutos de leitura

Estamos prestes a testemunhar o carro autônomo do futuro, e ele é bem parecido com um vagão de trem.

Na verdade, essa não é uma analogia minha, mas a maneira como a equipe de design por trás do Zoox costuma descrever seu carro autônomo. Fundada em 2014 e adquirida pela Amazon em 2020 por US$ 1,2 bilhão, a Zoox passou quase a última década construindo um veículo autônomo do zero. Seu objetivo não é vender o carro, mas sim oferecer um serviço de carona compartilhada para bater de frente com a Uber e com o Lyft.

Créditos: Zoox/ Divulgação

Poucas fabricantes realmente se empenham para mudar o design dos carros que produzem. Apesar do fato de os carros elétricos não precisarem de motores dianteiros nem exigirem assentos voltados para a frente, os veículos autônomos de hoje ainda reproduzem os mesmos modelos de carros convencionais.

A Waymo, por exemplo, equipa minivans da Chrysler Pacifica com lasers, computadores e todos os tipos de telas e sensores, enquanto a Tesla adotou uma tecnologia autônoma mais discreta em seus veículos usando câmeras, mas ainda mantém o mesmo design clássico.

A Zoox, por outro lado, não se preocupou em replicar esse modelo, o que permitiu à empresa construir um veículo único, que lembra uma torradeira gigante. O carro Zoox é menor que um BMW i3, além de completamente simétrico, permitindo direção de frente para trás ou, até mesmo, para os lados. Essa simetria também dispensa a necessidade de peças únicas para cada parte do veículo.

Ele tem grandes portas automáticas de cada lado e dois bancos voltados um para o outro, como em um vagão de trem. Apesar de todas essas decisões não convencionais de design, a Zoox acredita que o veículo receberá avaliações positivas antes mesmo de ser lançado. “Essa é a vantagem de projetar do zero”, diz Chris Stoffel, diretor de engenharia de estúdio e líder da equipe de design industrial da Zoox.

DESIGN DE DISPOSITIVO ELETRÔNICO 

De muitas maneiras, o design é autoexplicativo. É uma espécie de vagão de trem – uma sala sobre rodas. Em vez de buscar inspiração em outros veículos, os criadores preferiram “desenvolver uma estética de produto, algo bem estabelecido em dispositivos eletrônicos”, explica Nahuel Battaglia, líder sênior de design industrial da Zoox.

De fato, apesar das bordas suaves, todo o design se parece com o de dispositivos móveis, como se pudéssemos reduzi-lo ao tamanho da palma da mão e brincar com ele. A Zoox estima que seu veículo terá uma capacidade de quilometragem de quase 650 mil quilômetros.

Outro fato interessante é que o design externo foi pensado para se comunicar com os pedestres. A maneira como aprendemos a interagir com carros normais não se aplica a carros autônomos, já que não há motoristas.

O veículo conta com um conjunto de 32 alto-falantes, capazes de reproduzir sons individualmente. “Trata-se de comunicação inteligente e, em certo sentido, de reduzir a poluição sonora nas cidades”, diz Stoffel.

Em vez de simplesmente buzinar para o quarteirão inteiro ouvir, o veículo pode emitir um aviso sonoro direcionado para alguém que está atravessando a rua enquanto mexe no celular. Carros mais silenciosos trazem benefícios a todos, sobretudo aos passageiros, que podem estar tentando dormir.

IINTERIOR PREVISÍVEL, MAS CUSTOMIZÁVEL

A experiência dentro do veículo foi igualmente pensada. Como mencionado anteriormente, os bancos são virados um de frente para o outro, com telas integradas para que cada pessoa possa escolher música e ajustar o ar-condicionado. Também são revestidos com um tecido texturizado.

O único problema do design dos bancos é seu possível impacto na segurança. Para torná-lo seguro, foi adicionado um airbag personalizado em forma de meia lua, acionado em acidentes para proteger cada assento, como um item frágil em plástico bolha.

Além disso, a expressão e a customização do interior foi trabalhada por meio do espetacular Celestial Headliner, um teto com 600 LEDs individuais que brilham como estrelas em qualquer cor. “À noite, eles oferecem uma experiência incrivelmente mágica”, conta Battaglia.


SOBRE O AUTOR

Mark Wilson é redator sênior da Fast Company. Escreve sobre design, tecnologia e cultura há quase 15 anos. saiba mais