Estas casas no campo são verdadeiras obras de arte. E estão para alugar

Projeto impressionante e ambicioso está ganhando vida no interior da Espanha

Crédito: Bas Princen/ Solo Houses

Jesus Diaz 3 minutos de leitura

Christian Bourdais e Eva Albarrán estão por trás do que pode ser o projeto arquitetônico mais fascinante do mundo: 16 construções extraordinárias espalhadas por mais de 172 hectares nas deslumbrantes serras de Teruel, perto da cidade de Matarraña, na Espanha.

Imagine uma coleção de obras de arte que são, na verdade, casas funcionais, projetadas por alguns dos arquitetos mais inovadores desta geração, sem nenhuma restrição criativa. Esse paraíso arquitetônico se chama “Solo Houses”.

As Solo Houses se destacam por sua arquitetura não convencional. Suas formas surreais – como um anel de vidro e concreto ou uma pirâmide invertida – estão inseridas em um cenário idílico e isolado. Nunca houve um “museu” como este.

O projeto surgiu de uma ideia extremamente ambiciosa: redefinir a arquitetura contemporânea. “Em 40 anos, essas construções terão um enorme valor histórico, pois reúnem os melhores arquitetos do nosso tempo em condições únicas”, afirma Bourdais.

Ele se inspirou na experiência que adquiriu na Albarrán Bourdais, galeria que dirige junto com sua esposa, especializada em instalações de arte pública e conhecida por apoiar projetos ambiciosos e inovadores. O casal é apaixonado por arquitetura, mas Bourdais acredita que as obras modernas têm sido excessivamente limitadas por interesses comerciais.

INOVAÇÃO ARQUITETÔNICA

O conceito por trás de Solo Houses é simples. Reunir alguns dos melhores arquitetos da nossa geração e oferecer um terreno em uma paisagem natural de tirar o fôlego, repleta de árvores e com uma topografia interessante. Eles têm total liberdade para dar vida às suas ideias – apenas precisam respeitar o código de construção local.

A escolha do lugar certo para o projeto foi fundamental. “Precisávamos de um lugar incrível, onde fosse possível construir com liberdade”, explica Bourdais. As serras de Matarraña não apenas oferecem uma beleza natural espetacular como também são ideais para o design e a construção, com suas colinas suaves, florestas mediterrâneas e clima favorável.

Além disso, o local é relativamente próximo de um aeroporto internacional, um fator crucial para o sucesso comercial do projeto.

Crédito: Albarrán Bourdais

Em meados da década de 2010, Albarrán e Bourdais adquiriram 172 hectares de terra com o sonho de criar esta coleção arquitetônica única. Então, convidaram jovens talentosos, como KGDVS, Pezo von Ellrichshausen, Tatiana Bilbao, Smiljan Radic e Go Hasegawa, muitos dos quais têm grande reconhecimento na área.

A cada arquiteto foi designado um terreno específico, de acordo com sua filosofia de design. Bourdais garante que as casas não são apenas declarações artísticas, mas também espaços habitáveis e funcionais. “Elas são casas reais, não apenas objetos”, ele destaca.

A primeira, construída em 2015, é uma estrutura retangular de concreto que se ergue sobre as árvores.

Crédito: Pezo von Ellrichshausen/ Solo Houses

A casa circular de KGDVS, um estúdio liderado por Kersten Geers e David Van Severen, foi construída em 2017. Com paredes transparentes e um telhado circular de 45 metros de diâmetro, ela se integra perfeitamente à paisagem ao redor. Cont com uma piscina central e é frequentemente usada como cenário para comerciais, devido à sua estética impressionante.

Crédito: Albarrán Bourdais

Outro design notável, que ainda será construído, é uma casa de concreto, projetada pelo arquiteto chileno Pezo von Ellrichshausen. A estrutura, que parece flutuar sobre uma piscina, terá um formato de pirâmide invertida e parece algo de outro planeta. Ela oferece uma experiência única, com janelas retráteis que trazem a natureza ao redor para o interior.

Um dos designs mais interessantes não é uma casa, mas sim um hotel modular, projetado por Smiljan Radic. As unidades cilíndricas de vidro oferecem aos hóspedes privacidade e vistas panorâmicas do ambiente natural. Os módulos são conectados por uma cobertura circular de cimento, que serve tanto como corredor quanto como elemento arquitetônico unificador.

Crédito: Bas Princen/ Solo Houses

O projeto ainda está no início e há muito trabalho pela frente. Pode levar mais duas ou três décadas até que tudo esteja concluído, por isso é difícil prever o impacto histórico a longo prazo.

A ideia de selecionar arquitetos e dar a eles a liberdade para criar sem restrições é uma proposta sedutora. Não se trata apenas de construir casas, mas de promover uma nova abordagem de design arquitetônico, onde criatividade e funcionalidade coexistem e onde o ambiente construído é visto como parte do patrimônio cultural.


SOBRE O AUTOR

Jesus Diaz fundou o novo Sploid para a Gawker Media depois de sete anos trabalhando no Gizmodo. É diretor criativo, roteirista e produ... saiba mais