Este aparelho de TV transforma sua sala em uma galeria de grandes pinturas

Como a Samsung trouxe 12 das pinturas surrealistas de Dalí para as suas molduras

Créditos: ©2023 Salvador Dalí/ Fundació Gala-Salvador Dalí/ Artists Rights Society/ Samsung

Elissaveta M. Brandon 3 minutos de leitura

As pinturas de Salvador Dalí estão espalhadas pelo mundo inteiro, do Museu de Arte Moderna de Nova York, passando pelo Teatro Museo Dalí, na Espanha, até o Museu Salvador Dalí, na Flórida.

Mas, por uma assinatura mensal, mais o valor de uma TV Samsung Frame, agora qualquer um pode admirar "A persistência da memória” do artista, além de outras 11 obras-primas escolhidas a dedo, no conforto da sua casa.

A TV da Samsung é um componente crucial. Em 2017, a gigante da tecnologia lançou a The Frame, uma televisão projetada por Yves Behar que funciona como uma obra de arte emoldurada. Ao mesmo tempo, lançou a Samsung Art Store, que permite escolher entre mais de 2,3 mil obras de arte digitais licenciadas para serem exibidas na TV.

"A Persistência da Memória" (Crédito: © 2023 Salvador Dalí/ Fundació Gala-Salvador Dalí/ Artists Rights Society )

Desde então, a Samsung Art Store fez parcerias com instituições como o Museu do Louvre, o Victoria and Albert Museum e o Museu do Prado. Agora, a empresa se uniu à Fundação Gala-Salvador Dalí, uma instituição cultural privada fundada pelo próprio pintor. Assim, pela primeira vez, as obras de arte de Dalí estão disponíveis digitalmente.

A parceria é fruto da demanda popular, já que Dalí foi o artista mais procurado pelos donos dos televisores, mas levou quase um ano para o acordo se consolidar. Como explica a curadora da Samsung Art Store, Daria Greene, o maior desafio não foi nem conseguir a adesão da fundação, mas lidar com as complexidades da lei de propriedade intelectual que envolve as obras de arte.

"A Desintegração da Persistência da Memória" (Crédito: Museu Salvador Dalí/ © 2023 Salvador Dalí/ Fundació Gala-Salvador Dalí/ Artists Rights Society )

Como regra geral, os direitos autorais não se aplicam mais a obras que foram publicadas ou registradas antes de 1925. Mas Dalí pintou a maioria de suas obras famosas depois disso. Portanto, a equipe de Greene precisou vasculhar os arquivos e descobrir, antes de mais nada, quem havia fotografado as pinturas do artista.

"Se você fosse a um museu e tirasse uma foto de uma pintura que não tivesse direitos autorais, poderia usá-la como quisesse. Mas, para nós, precisamos encontrar quem tirou as fotos, quem está arquivando essas fotos", diz Greene, que acabou resolvendo tudo com a ajuda da Artists Rights Society, organização que cuida de direitos autorais, licenciamento e monitoramento para artistas visuais.

A Samsung Art Store está intrinsecamente ligada à The Frame, o que a torna uma ferramenta de vendas eficaz para qualquer pessoa que queira disfarçar seu televisor, fazendo-o parecer um belo quadro na parede.

Mas também há benefícios culturais. Graças à tecnologia, os museus conseguem ampliar seu alcance para além dos limites físicos de suas sedes e, talvez, atrair novos públicos. Isso, por sua vez, pode ajudar a democratizar o acesso à arte.

Quando Fala o Coração, filme de Alfred Hitchcock (Crédito: Divulgação)

Embora alguns possam achar que Fundação Gala-Salvador Dalí está "se vendendo" a uma empresa de tecnologia por ter aceitado essa parceria, vale lembrar que Dalí não era alheio a trabalhos mais comerciais. Ele desenhou anúncios alucinantes para a empresa ferroviária francesa SNCF, uma sequência de sonhos surrealista para o filme "Spellbound" (Quando Fala o Coração), de Alfred Hitchcock, além do famoso logotipo da Chupa Chups.

Por isso, Greene acredita que a parceria está de fato alinhada com o espírito de Dalí. "O mundo da arte pode ser antiquado, mas Dalí era um artista que abraçava o aspecto comercial. Acho que ele ficaria muito feliz com a ideia de poder aparecer na sala de estar de qualquer pessoa, a qualquer momento."


SOBRE A AUTORA

Elissaveta Brandon é colaboradora da Fast Company. saiba mais