Estes charmosos cartazes retratam Paris como um grande playground olímpico

Paris já era um ginásio a céu aberto mesmo antes das Olimpíadas de 2024, e esses pôsteres hilários estão aqui para provar isso

Crédito: The Parisianer

Elissaveta M. Brandon 3 minutos de leitura

Ainda faltam quatro meses para as Olimpíadas de Paris, mas os jogos já estão invadindo a cidade. Pescadores lutam esgrima à beira do Sena. Adolescentes jogam tênis em suas varandas Hausmannianas. Um rapaz de bigode surfa no canal Saint Martin.

Pelo menos essa é a versão de Paris retratada na capa – ou, mais precisamente, nas capas – de uma revista francesa imaginária chamada "The Parisianer"

A revista, que não tem nenhuma parte editorial e está mais para um projeto de arte, é ilustrada por 43 artistas que criaram, cada um, uma capa dedicada a algum esporte olímpico. As ilustrações serão exibidas nas grades de ferro da prefeitura de Paris e publicadas em um livro desses de exibir na mesa de centro da sala.

Crédito: The Parisianer

"The Parisianer" é uma criação dos amigos e designers gráficos Michael Prigent e Aurélie Pollet. Quando os dois sonharam com a revista, o nome Le Parisien já estava sendo usado. Mas isso não importava muito: a dupla estava mais interessada em uma certa publicação norte-americana com o mesmo sufixo. 

"Nosso maior sonho era estar na capa da 'The New Yorker', mas para isso é preciso ter uma grande carreira, o que não era o nosso caso", diz Prigent com uma risada.

Crédito: The Parisianer

Assim, a dupla lançou sua própria versão fictícia da revista, com foco não em Nova York, mas em “Parrí”. "Tentamos ser primos, não imitadores", diz Prigent, observando que ele pegou emprestado o conceito e o layout da "The New Yorker", mas criou sua própria tipografia.

A primeira edição da "The Parisianer" foi lançada em dezembro de 2013. Desde então, Prigent e Pollet contrataram centenas de outros artistas para pintar vinhetas – às vezes surpreendentes, muitas vezes satíricas – da vida parisiense. 

Crédito: The Parisianer

A cada edição, a equipe abordou assuntos ou temas diferentes, como os monumentos icônicos da cidade ou como Paris poderia ser em 2050. Obviamente, quando Prigent descobriu que Paris seria a sede da Olimpíada de 2024, começou a trabalhar e a buscar financiamento para pagar os ilustradores que dariam vida ao ambicioso projeto olímpico do "The Parisianer".

"Gostem ou não, os Jogos Olímpicos vão acontecer aqui, e precisávamos fazer algo a respeito", diz ele. Mas uma série de ilustrações que retratavam atletas competindo em vários estádios não seria suficiente.

Sendo assim, a equipe deu aos artistas uma instrução simples: "não conte sua história em um cenário tipicamente esportivo; apresente-a na vida real. E não faça dela um esporte real, apenas encontre alguma cena que se pareça com um esporte."

Crédito: The Parisianer

Os artistas não podiam incluir nenhum símbolo olímpico oficial, seja os cinco anéis interligados, a chama olímpica ou o logotipo oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

"Teríamos que pagar milhões por isso, e sequer temos milhares", brinca Prigent. Mas isso foi ainda melhor: o projeto não era sobre as Olimpíadas, era sobre Paris. No final, cada artista criou sua própria interpretação hilária e justa do pedido.

Vincent Bergier imaginou um DJ "jogando" um vinil que lembrava um disco.

Crédito: The Parisianer

Chester Holme desenhou uma mulher de salto vermelho, com as mãos cheias com uma sacola de supermercado, uma xícara de café e um cachorro na coleira, chutando a perna para cima para apertar o botão do elevador no estilo taekwondo.

Crédito: The Parisianer

O próprio Prigent imaginou uma multidão sedenta por aperitivos correndo em direção à última mesa restante no terraço.

Crédito: The Parisianer

Cada ilustração é diferente, mas uma mensagem prevalece: Paris já é um ginásio aberto na selva de pedra, e viver nela deveria constituir uma modalidade olímpica própria.


SOBRE A AUTORA

Elissaveta Brandon é colaboradora da Fast Company. saiba mais