Estes charmosos cartazes retratam Paris como um grande playground olímpico
Paris já era um ginásio a céu aberto mesmo antes das Olimpíadas de 2024, e esses pôsteres hilários estão aqui para provar isso
Ainda faltam quatro meses para as Olimpíadas de Paris, mas os jogos já estão invadindo a cidade. Pescadores lutam esgrima à beira do Sena. Adolescentes jogam tênis em suas varandas Hausmannianas. Um rapaz de bigode surfa no canal Saint Martin.
Pelo menos essa é a versão de Paris retratada na capa – ou, mais precisamente, nas capas – de uma revista francesa imaginária chamada "The Parisianer".
A revista, que não tem nenhuma parte editorial e está mais para um projeto de arte, é ilustrada por 43 artistas que criaram, cada um, uma capa dedicada a algum esporte olímpico. As ilustrações serão exibidas nas grades de ferro da prefeitura de Paris e publicadas em um livro desses de exibir na mesa de centro da sala.
"The Parisianer" é uma criação dos amigos e designers gráficos Michael Prigent e Aurélie Pollet. Quando os dois sonharam com a revista, o nome Le Parisien já estava sendo usado. Mas isso não importava muito: a dupla estava mais interessada em uma certa publicação norte-americana com o mesmo sufixo.
"Nosso maior sonho era estar na capa da 'The New Yorker', mas para isso é preciso ter uma grande carreira, o que não era o nosso caso", diz Prigent com uma risada.
Assim, a dupla lançou sua própria versão fictícia da revista, com foco não em Nova York, mas em “Parrí”. "Tentamos ser primos, não imitadores", diz Prigent, observando que ele pegou emprestado o conceito e o layout da "The New Yorker", mas criou sua própria tipografia.
A primeira edição da "The Parisianer" foi lançada em dezembro de 2013. Desde então, Prigent e Pollet contrataram centenas de outros artistas para pintar vinhetas – às vezes surpreendentes, muitas vezes satíricas – da vida parisiense.
A cada edição, a equipe abordou assuntos ou temas diferentes, como os monumentos icônicos da cidade ou como Paris poderia ser em 2050. Obviamente, quando Prigent descobriu que Paris seria a sede da Olimpíada de 2024, começou a trabalhar e a buscar financiamento para pagar os ilustradores que dariam vida ao ambicioso projeto olímpico do "The Parisianer".
"Gostem ou não, os Jogos Olímpicos vão acontecer aqui, e precisávamos fazer algo a respeito", diz ele. Mas uma série de ilustrações que retratavam atletas competindo em vários estádios não seria suficiente.
Sendo assim, a equipe deu aos artistas uma instrução simples: "não conte sua história em um cenário tipicamente esportivo; apresente-a na vida real. E não faça dela um esporte real, apenas encontre alguma cena que se pareça com um esporte."
Os artistas não podiam incluir nenhum símbolo olímpico oficial, seja os cinco anéis interligados, a chama olímpica ou o logotipo oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
"Teríamos que pagar milhões por isso, e sequer temos milhares", brinca Prigent. Mas isso foi ainda melhor: o projeto não era sobre as Olimpíadas, era sobre Paris. No final, cada artista criou sua própria interpretação hilária e justa do pedido.
Vincent Bergier imaginou um DJ "jogando" um vinil que lembrava um disco.
Chester Holme desenhou uma mulher de salto vermelho, com as mãos cheias com uma sacola de supermercado, uma xícara de café e um cachorro na coleira, chutando a perna para cima para apertar o botão do elevador no estilo taekwondo.
O próprio Prigent imaginou uma multidão sedenta por aperitivos correndo em direção à última mesa restante no terraço.
Cada ilustração é diferente, mas uma mensagem prevalece: Paris já é um ginásio aberto na selva de pedra, e viver nela deveria constituir uma modalidade olímpica própria.