Lançamento da Microsoft pode mudar radicalmente o trabalho nas cozinhas comerciais

Crédito: Fast Company Brasil

Nate Berg 2 minutos de leitura

A Microsoft tem um novo produto ousado prestes a ser lançado. Foram anos de desenvolvimento, incluindo todos os testes beta e ajustes que se esperaria de um novo aplicativo ou software. Mas este novo produto é bem diferente do que estamos acostumados a ver a empresa lançar: um wok (espécie de frigideira redonda e funda, bastante utilizada na culinária asiática).

Sim, uma das principais empresas de tecnologia do mundo passou os últimos dois anos desenvolvendo um item de culinária. Embora possa parecer que este produto seria de pouca ou zero prioridade para a Microsoft, na verdade, ele é parte de um repensar radical de como as cozinhas operam.

O wok é destaque na nova cozinha totalmente elétrica da Microsoft, instalada em sua sede nos arredores de Seattle. A empresa está expandindo o prédio em cerca de 300 mil metros quadrados. Todo o projeto foi pensado para ser alimentado por um vasto sistema geotérmico e zerar suas emissões de carbono. O grande segredo para conseguir esse feito foi eliminar o uso de combustíveis fósseis, que vinha majoritariamente das cozinhas.

Créditos: Microsoft/ Divulgação

“Cozinhas comerciais consomem cerca de cinco vezes mais energia do que um prédio de escritórios”, diz Katie Ross, líder global de sustentabilidade de instalações e imóveis da Microsoft. Cerca de 80% dos equipamentos nas cozinhas da companhia dependiam de gás, logo, esse enorme consumo se traduzia em emissões de gases de efeito estufa. “Tivemos que repensá-las por inteiro para evitar essas emissões”, explica Ross.

A primeira etapa da transição para uma cozinha totalmente elétrica acaba de ter início: um edifício verde, com classificação LEED Platinum, de 1,2 mil metros quadrados. O espaço conta com 400 equipamentos elétricos, capazes de preparar cerca de mil refeições por dia, variando entre nove conceitos gastronômicos a partir de diferentes culinárias.

O local está sendo usado para testar produtos, processos e menus antes de serem introduzidos em toda a sede, que contará com um espaço total de 7 mil metros quadrados para preparação de alimentos e servirá mais de 10 mil refeições por dia quando a expansão do prédio for finalizada, em 2023.

Jodi Smith Westwater é gerente sênior de serviços de cozinha da Microsoft e supervisiona mais de 100 operações em todo o campus da empresa, bem como todas as refeições e eventos. “Criamos centenas de conceitos diferentes de menu, com milhares de produtos”, conta. “Queríamos nos certificar de que poderíamos cozinhá-los de maneira que fizesse jus ao sabor dos alimentos e à gastronomia.”

É aí que entra o wok. Cozinhar com ele é aproveitar ao máximo o calor e o movimento. Os chefs mantêm essas panelas fumegando com óleo quente, movendo-as quase sem parar e inclinando suas bordas para tocar as chamas do fogão, selando os alimentos e defumando-os.


SOBRE O AUTOR

Nate Berg é jornalista e cobre cidades, planejamento urbano e arquitetura. saiba mais