Lounges de luxo, a nova arma das companhias aéreas para conquistar passageiros
Empresas se esforçam para “mimar” os passageiros premium. Para os da classe econômica, boa sorte
A disputa entre as companhias aéreas para ver qual delas pode oferecer o lounge mais luxuoso está só começando, e a Delta está fazendo de tudo para oferecer a experiência mais requintada já vista em um aeroporto.
No final de maio, a empresa inaugurou seu novo e mega luxuoso Delta One, um lounge premium de mais de 11,5 mil metros quadrados no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York.
O lounge conta com todos os recursos esperados em um espaço do gênero: uma equipe de agentes do "serviço de elite" que recebe os passageiros na porta de entrada, um spa, suítes com chuveiro, um restaurante brasserie que serve steak tartare e um terraço ao ar livre.
E se tudo isso ainda não for suficiente para atrair os viajantes, a Delta também está lançando uma parceria com a grife italiana Missoni. A companhia aérea vai oferecer, como cortesia aos passageiros, uma nécessaire de luxo abastecida com itens de higiene pessoal e amenidades.
O brinde foi projetado pela grife e estará disponível em viagens de e para a Itália e Paris a partir de meados de julho. Os mesmos kits estarão disponíveis para as demais rotas em setembro.
A Missoni também está presente no piso térreo, com travesseiros em ziguezague, vasos e livros de mesa de centro no lounge da Delta One. O acesso ao local – e a suas exclusividades – está disponível apenas para passageiros que viajam na cabine Delta One, que é a categoria de viagem mais cara da empresa, e para alguns portadores de bilhetes premium.
O novo lounge ultraexclusivo da Delta é apenas o mais recente em uma lista de empresas que disputam a criação dos melhores oásis privados para os viajantes. De acordo com pesquisa realizada em 2024 pela Airport Dimensions, mais da metade dos viajantes frequentes visitam as salas VIP dos aeroportos. Esse número deve crescer conforme os passageiros continuarem a priorizar as experiências de lazer.
As empresas também sabem que a criação de experiências de marca em grande escala, como o lounge Delta One, que geralmente atrai passageiros ricos que viajam com frequência, é uma maneira inteligente de criar fidelidade à marca e servir como uma ferramenta de sinalização de status.
Como os passageiros estão cada vez mais dispostos a gastar mais por essas vantagens, há muitas empresas fazendo fila para ter a chance de conquistar sua própria clientela. No aeroporto LaGuardia, em Nova York, o Chase Bank inaugurou seu Sapphire Lounge no início do ano, com três suítes privadas, que, segundo informações, custam de US$ 2,2 mil a US$ 3 mil por três horas.
No Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, o Terminal First Class, da Lufthansa, conta com espaços para cochilos, suítes com banheiras de imersão e serviço de motorista. Já no Emirates First Class Lounge, de 30 mil metros quadrados, em Dubai, os passageiros podem participar de um teste de degustação da Moët & Chandon.
Para a Delta, o novo lounge no JFK é parte de um esforço maior para elevar a reputação da empresa do mercado de massa para o premium. Em 2023, 55% de sua receita veio de vendas "premium e não relacionadas a bilhetes", que correspondem a uma combinação de assentos com upgrade e outros complementos.
No início do ano, a empresa atraiu a ira do público ao tentar tornar seu programa de fidelidade SkyMiles e as salas VIP do Sky Club ainda mais restritos, inclusive impedindo a entrada de passageiros da classe econômica. A repercussão negativa foi tão rápida que a Delta teve que voltar atrás em algumas das medidas mais extremas.
"De certa forma, somos vítimas do nosso sucesso", disse o CEO da Delta, Ed Bastian, sobre a reação dos consumidores em uma entrevista à Fast Company. "A demanda por nossos ativos premium está em alta, e eu adoro isso."