Quebra-cabeça reproduz imagens espetaculares do telescópio James Webb

Este quebra-cabeça de 264 peças foi projetado por cientistas do MIT e pode ser montado de milhares de maneiras

Crédito: Nervous System

Elissaveta M. Brandon 2 minutos de leitura

Desde que a NASA revelou as surpreendentes imagens do telescópio espacial James Webb, os chamados “penhascos cósmicos” passaram a estampar mouse pads, adesivos, sapatos de lona e, agora, quebra-cabeças.

Mas este não é um quebra-cabeça comum. O Cosmic Cliffs Infinite Galaxy Puzzle tem 264 peças que podem ser reconfiguradas de infinitas maneiras. Criado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi projetado usando um software personalizado.

É feito de madeira compensada de bordo e cortado a laser, no norte do estado de Nova York. As imagens do telescópio podem já estar perdendo destaque na internet, mas por US$ 75 você pode recriar a beleza do cosmos na sua sala.

Crédito: Nervous System

O quebra-cabeça Cosmic Cliffs foi projetado pelo Nervous System, um estúdio de design cofundado por dois estudantes do MIT – um cursa matemática e ciência computacional, o outro biologia e arquitetura. Ele se junta ao vasto ecossistema de incríveis quebra-cabeças, muitos deles criados durante o lockdown em 2020. Mas a inspiração surgiu há muito tempo.

Crédito: Nervous System

Em uma viagem a Paris, a dupla se apaixonou por quebra-cabeças de madeira cortados à mão e pela forma como eram feitos, antes da produção em larga escala a partir dos anos 1900.

“Vimos que era possível usar nossas habilidades para trazer de volta um pouco daquela arte e autenticidade dos quebra-cabeças cortados à mão”, explica o cofundador Jesse Louis-Rosenberg (o estudante de matemática).

Crédito: Nervous System

Tudo começa com um software personalizado, que gera os padrões. O quebra-cabeça é quase todo composto por peças com dois formatos: um com encaixes em forma de onda, para os penhascos, e outro com extremidades alongadas, para o cosmos.

Outras quatro peças completam o conjunto: um astronauta, uma estrela cadente, um satélite e uma com os espelhos revestidos com ouro do telescópio. Em seguida, o quebra-cabeça é cortado a laser e a imagem, impressa diretamente na superfície do compensado usando uma impressora UV.

“Temos uma empresa que se dedica a criar objetos usando um software que desenvolvemos. Tudo inspirado em processos naturais que simulam coisas [como] o padrão de crescimento de corais e da formação das veias das folhas em uma árvore”, conta Louis-Rosenberg.

É lindo, mas o mais impressionante é o fato de poder ser montado de milhares de maneiras diferentes. O Nervous System o apelidou de Infinity Puzzle (ou quebra-cabeça infinito, em português).

Crédito: Nervous System

A ideia foi criar um quebra-cabeça sem bordas laterais. Cada peça cabe em apenas um lugar, mas o design não tem começo ou fim definidos. Se as bordas esquerda e direita estivessem em um cilindro, por exemplo, elas se encaixariam perfeitamente.

Assim, é possível pegar uma peça do “lado esquerdo” e colocá-la à “direita” e continuar reconstruindo o quebra-cabeça como desejar (a imagem teve que ser ligeiramente ajustada para que pudesse ter esse efeito.)

O design engenhoso faz com que o nível de dificuldade se mantenha contínuo, comparado ao de um quebra-cabeça comum, no qual você começa pelas bordas (a parte fácil), preenche o meio (difícil) e o que ficou faltando no final (fácil). O que significa que, assim como o universo, este quebra-cabeça não tem fim.


SOBRE A AUTORA

Elissaveta Brandon é colaboradora da Fast Company. saiba mais