A era do Business to People


Daniela Cachich 2 minutos de leitura

Muito já se falou sobre B2C (Business to Consumer) e B2B (Business to Business), mas pouco se fala no que eu acredito ser a melhor forma de fazer negócio para um crescimento sustentável: B2P – Business to People. Sim, negócios para pessoas.Por trás da comum denominação de “consumidoras e consumidores” existem pessoas. E são essas pessoas que cada vez mais querem saber sobre o que está por trás dos produtos que consomem, o que as marcas que admiram tem para dizer e como se posicionam. Vou mais além: querem saber também quem são as executivas e executivos que lideram os negócios.

Ao longo da minha carreira, aprendi que a posição de um CMO (Chief Marketing Officer) é de extrema responsabilidade. Todos os dias falamos com mais de 200 milhões de brasileiras e brasileiros através dos nossos produtos e das nossas marcas. A comunicação de uma marca pode reforçar um estereótipo negativo ou pode ser uma grande ferramenta para desafiar modelos que até então eram considerados aceitáveis e não são mais. As marcas podem e devem falar sobre o que é relevante para a sociedade. Criar impacto e promover uma reflexão sobre padrões que não cabem mais no mundo em 2021.
Marcas têm um privilégio enorme pela capacidade de engajar e dialogar com pessoas todos os dias. Vamos usar esse privilégio para impactar positivamente a sociedade? Vamos provocar uma transformação? É esse impacto que será a alavanca fundamental para um crescimento sustentável de negócios.Business to People nos faz repensar qual a lógica de classificar 56% de negros como minorias e 52% de mulheres como a diversidade da população. 56% são pessoas. 52% são pessoas. Mais de 65% da população brasileira não se vê retratada na comunicação das marcas que anunciam nas inúmeras telas disponíveis. Qual a lógica de não retratar as pessoas que você quer que te consuma?Quanto mais representativo, mais humano e mais sustentável. Ou seja: fazer o seu negócio para pessoas garante que pessoas se relacionem com suas marcas e seus produtos. Os comprem e recomprem, transformando esse ecossistema no pilar mais importante do seu negócio.Por muito tempo não existiu a intersecção da área que gera impacto (na maioria das vezes, de responsabilidade social) com a área de negócios nas empresas. Como se fossem duas entidades separadas. Talvez a pandemia tenha deixado mais exposta essa incoerência e nos feito refletir que nosso negócio é feito para pessoas.Ter uma estratégia de negócios aliada a pessoas nunca foi tão relevante. Construir marcas que impactam as pessoas e a sociedade é o nosso maior legado.Negócios para Pessoas! Business to People!Este texto é de responsabilidade de seu autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Fast Company Brasil

SOBRE A AUTORA

Daniela Cachich é responsável pela unidade de negócios Future Beverages e Beyond Beer na Ambev e comanda o portfólio de bebidas alcoól... saiba mais