Encontros globais dão o tom para a COP30
O número de empresas confirmando presença em Belém não para de crescer, trazendo apoio concreto e apresentando soluções reais

A presidência da COP30 está inscrevendo mais um marco brasileiro na história das COPs: esta é a primeira cúpula do clima que se abre efetivamente ao setor privado para que este se una aos governos e sociedade civil na implementação da economia de baixo carbono, em cumprimento às metas do Acordo de Paris.
O alinhamento para Belém foi o eixo central da Semana do Clima de Nova York, que reuniu empresas e investidores de dezenas de países no fim de setembro.
O país esteve no centro das discussões na maior semana do clima do mundo, em conversas entre governos, entidades representativas, empresas e sociedade civil.
Paralelamente, a Assembleia Geral da ONU com chefes de Estado ampliou os holofotes sobre o clima, especialmente quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva fez um claro chamado aos países que ainda não tinham enviado suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs do inglês Nationally Determined Contributions).
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“Sem ter o quadro completo das Contribuições Nacionalmente Determinadas, caminharemos de olhos vendados para o abismo”, advertiu. A agenda de mobilização e engajamento dos países que estão para confirmar presença na COP30 foi tratada como prioridade pelo presidente durante toda a semana.
Lula anunciou o aporte brasileiro de US$ 1 bilhão ao TFFF (Fundo de Florestas Tropicais Para Sempre), que será oficialmente lançado durante a COP30, propondo um modelo inovador de financiamento para a conservação.
A semana foi uma das mais movimentadas de sua história, com centenas de eventos por toda Manhattan aprofundando as discussões e parcerias pelo clima.

O evento da World Climate Foundation (WCF) reuniu mais de 800 participantes de 50 países e diversos setores, movimentando nossos membros globais em reuniões de quatro coalizões diferentes: Nature Investment Coalition, Climate Investment Coalition, Future of Food Coalition e Future of Mining Coalition. Além disso, sessões de parceiros como o Instituto Arapyaú apresentaram cenários de investimento em natureza no Brasil.
Todo esse grande movimento está alinhado à presidência da COP30, que, de forma pioneira, tem ressaltado em suas comunicações oficiais a importância do capital privado para financiar a transição climática.
Em suas cartas às nações, o embaixador André Corrêa do Lago disseminou a palavra de origem tupi-guarani “mutirão”, que pegou nas rodas diplomáticas e corporativas multilíngues.
A WCF, que há 16 anos conduz alianças multissetoriais para projetos do clima, está realizando, em 2025, sua maior agenda de reuniões e eventos para contribuir com a implementação, com ações que atendem ao chamamento por mutirão. Por meio de coalizões, orquestramos um movimento para destravar investimentos e acelerar a transição climática.
O alinhamento para Belém foi o eixo central da Semana do Clima de Nova York, que reuniu empresas e investidores de dezenas de países.
Apesar de todas as negociações, ainda prossegue certa disputa de narrativas em torno do sucesso da COP no Pará, ora suscitando dúvidas sobre logística, ora buscando centralizar eventos pré-COP em São Paulo e Rio de Janeiro.
A realidade, no entanto, é que o número de empresas confirmando presença em Belém não para de crescer, trazendo apoio concreto e apresentando soluções reais que ganharão visibilidade na Blue Zone (área oficial destinada às negociações internacionais e reuniões de alto nível).
Estarão conosco organizações como Fundação Boticário, Vale, Motiva, Heineken, Carrefour, Santander, BTG Pactual, Pátria Investimentos, B3, ANBIMA, Aya, Arapyaú, iCS (Instituto Clima e Sociedade), entre outras.
Esse movimento integra grandes players com impacto em cadeias nacionais e globais, arregimentando forças e abrangência para impactar os mercados e impulsionar a mudança em toda a economia. Líderes empresariais de diversas origens estarão no Brasil, no próximo mês, para a conclusão desses trabalhos que começaram ainda em Davos, em janeiro.

No início de novembro, teremos uma programação intensa em São Paulo e no Rio de Janeiro com evento pré-COP. A partir do dia 10, estaremos ao lado da floresta, em um lugar simbólico para o país e o mundo, acompanhando assinaturas dos acordos que definirão os rumos dos investimentos em energia limpa, reflorestamento e povos e territórios.
Em Belém, teremos uma estrutura para abrigar encontros e reuniões na Investment COP, com atores do mercado financeiro global, e no World Climate Summit, aglutinando todo o ecossistema de projetos climáticos, como empresas, sociedade civil e governos, além de acompanhar de perto as decisões finais entre as nações.
O tamanho dessa agenda pode chamar a atenção, em comparação a outras cúpulas já realizadas. Mas ele condiz com todos os atributos desta edição, que será na maior floresta do planeta, em um país de dimensões continentais, e que reunirá representantes de diversos segmentos para implementar de vez a transição em um amplo raio de atuação, capaz de arrebatar toda a economia.
Nos vemos em Belém, em cujas águas nascerá um novo futuro.
