Reinventando carreiras após os 50 na economia open talent

A transição para a economia open talent é uma excelente oportunidade para profissionais experientes reinventarem suas carreiras

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Mórris Litvak 3 minutos de leitura

A dinâmica do mercado de trabalho está se transformando rapidamente, impulsionada por avanços tecnológicos e mudanças significativas nas estruturas organizacionais. 

No MaturiFest 2024, realizado em agosto, tive o privilégio de mediar um painel com Andréa Cruz, Luiz Serafim e Andrea Janér, no qual exploramos profundamente o conceito de economia open talent, um modelo de trabalho que está redefinindo as fronteiras tradicionais e criando novas possibilidades e oportunidades de trabalho. No papo, focamos em como estas mudanças impactam e podem ser desafios e oportunidades para os profissionais 50+.

O título do painel veio de um artigo publicado pela fast Company em junho deste ano. A economia open talent, que também costuma ser chamada de gig economy, "freela" ou outros nomes, emerge como um paradigma que redefine as noções tradicionais de emprego, especialmente para profissionais mais velhos.

Aqui trago insights da conversa que tive com esses três super especialistas, explorando como profissionais experientes podem navegar neste novo terreno, maximizando suas vastas competências e experiência para abraçar oportunidades flexíveis e dinâmicas.

A ESSÊNCIA DA ECONOMIA OPEN TALENT

A economia open talent é caracterizada pela valorização da flexibilidade, da autonomia e pela execução de tarefas específicas, muitas vezes remotas, ou projetos baseados em contrato. Esta nova economia favorece uma abordagem onde "o trabalho vem até você", em vez de se vincular a um empregador fixo.

Andreia Cruz, CEO da Serh1 Consultoria, destaca que este modelo permite aos profissionais 50+ alavancar suas habilidades acumuladas em arranjos de trabalho mais flexíveis, como consultoria e freelancing. A capacidade de adaptar-se, aprender e aplicar experiências em novos contextos é crucial.

INTEGRAÇÃO TECNOLÓGICA NO TRABALHO

A tecnologia é um pilar fundamental na economia open talent. Ferramentas de inteligência artificial, plataformas de colaboração digital e sistemas de gestão de projetos são essenciais para operar eficientemente neste modelo.

Andreia Janer, da Oxygen, enfatiza a importância da literacia digital. Profissionais que dominam essas ferramentas podem gerenciar projetos complexos e liderar equipes distribuídas geograficamente, proporcionando uma vantagem competitiva significativa no mercado.

Créditos: Tom Merton/ iStock

DESAFIOS DE ADAPTAÇÃO E ESTRATÉGIAS PARA SUPERÁ-LOS

Mudar para a economia open talent não é isento de desafios, especialmente para os maduros acostumados a estruturas tradicionais de trabalho. Luiz Serafim, do World Creative Day, discute como o preconceito etário pode ser um obstáculo, com empresas hesitantes em contratar trabalhadores mais velhos.

No entanto, ele sugere que manter uma mentalidade aberta e proativa, atualizando habilidades e expandindo redes de contatos, pode ser crucial. Além disso, a construção de uma marca pessoal sólida e a demonstração de capacidade de adaptação e inovação são essenciais para capturar oportunidades nesta nova economia.

CAPACITAÇÃO CONTÍNUA E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

A capacitação contínua é vital em um mercado que valoriza a inovação constante. Profissionais 50+ devem investir em aprender novas habilidades, especialmente aquelas relacionadas às tecnologias emergentes.

Participar de workshops, cursos online e conferências pode ajudar a manter os maduros atualizados e competitivos.

A capacidade de adaptar-se, aprender e aplicar experiências em novos contextos é crucial.

Além disso, esses ambientes oferecem excelentes oportunidades para networking, essencial para encontrar projetos e colaborações em uma economia baseada em talentos.

A transição para a economia open talent representa uma excelente oportunidade para profissionais experientes reinventarem suas carreiras, tirando proveito de suas habilidades acumuladas em um mercado que valoriza a flexibilidade e a especialização.

Ao enfrentar desafios com uma estratégia proativa e uma mentalidade de crescimento, os profissionais 50+ podem não apenas prosperar nesta nova configuração de trabalho, mas também definir o padrão para as futuras gerações de trabalhadores.

Nesta nova economia, a idade se transforma em um ativo, não em um obstáculo, permitindo uma jornada de trabalho enriquecedora e adaptativa.


SOBRE O AUTOR

Mórris Litvak é fundador e CEO da Maturi, plataforma líder no Brasil para profissionais 50+. Engenheiro de Software pela FIAP, com pós... saiba mais