8 designers apontam as tendências que deviam sumir do mapa em 2025
Designers famosos revelam as tendências que eles não aguentam mais ver por aí – e das quais querem manter distância neste ano que se inicia
Não há como escapar da força das novas tendências. Mas no fechamento de 2024, entramos em contato com oito designers e arquitetos e pedimos que eles brincassem de "o mestre mandou" por um dia. A tarefa deles? Eleger uma tendência para ser descartada no próximo ano.
Veja quais eles escolheram:
PRODUTOS PROJETADOS PARA AS REDES SOCIAIS
Ti Chang, designer industrial, cofundadora e diretora de design da Crave
A tendência que eu gostaria de ver desaparecer são os produtos de rápida comercialização criados exclusivamente para chamar a atenção em vídeos efêmeros ou publicações virais. Esses produtos geralmente são fabricados de forma barata, com materiais questionáveis e pouca preocupação com o valor a longo prazo ou com a habilidade artesanal.
Eles são projetados para provocar a liberação de uma dose rápida de dopamina, atraindo os consumidores pela estética ou por artifícios que geralmente não se sustentam quando o produto está em suas mãos.
Não é possível transmitir de fato a qualidade de um objeto por meio de um vídeo casual ou de uma foto encenada. A qualidade é algo que você sente – o peso de um objeto bem feito em sua mão, a textura de materiais de primeira qualidade, os detalhes que refletem o cuidado e a habilidade artesanal.
Os produtos projetados para a mídia social diminuem essa percepção e contribuem para o problema das coisas que são rapidamente descartadas em aterros sanitários.
ARCOS DEMAIS
Ben Willett, designer e fundador da Willet
A tendência de design que eu espero que morra em 2025 são os arcos ... Só porque há uma transição de um cômodo para o outro não significa que ela mereça um arco. Há momentos e lugares em que há uma justificativa histórica, mas a maior parte dos projetos que estou vendo não se encaixam nessa lógica e são simplesmente preguiçosos.
MEDIR O SUCESSO PELA RECEITA EM VEZ DOS VALORES
Pascale Sablan, arquiteta e CEO da Adjaye Associates
Em 2025, espero ver o desaparecimento dessa métrica ultrapassada de equiparar o sucesso de uma empresa apenas à sua receita ou ao seu portfólio de área construída. A arquitetura e o design não devem ser medidos por parâmetros orientados pelo capital, mas sim por valores como sustentabilidade, impacto social e relevância cultural.
O trabalho que realizamos molda vidas, comunidades e ecossistemas. O sucesso deve ser definido pela forma como um projeto envolve seu contexto, melhora o bem-estar de seus usuários e contribui para um mundo mais sustentável e justo.
SEGUIR AS NOVAS TENDÊNCIAS VISUAIS SEM PENSAR
Giorgia Lupi, designer de informações e sócia da Pentagram
Estamos cansados das soluções de design (de marcas e estúdios grandes e pequenos) apressadas, repetitivas e focadas no Instagram. Temos um dever maior a cumprir com nós mesmos e com nossos clientes.
Seja a implementação de ferramentas de IA no processo de design sem pensamento crítico, seja o ciclo de feedback de soluções de design direcionadas a um público inteiramente de designers gráficos, seja a repetição insípida de estilos retrô, as coisas em nosso setor às vezes parecem estar se movendo com uma velocidade e uma falta de consideração que não conduzem a um bom trabalho duradouro.
É imprescindível conectar os movimentos de design ao conteúdo e ao contexto de um projeto, em vez de às tendências visuais mais amplas do setor, e concentrar-se em como o trabalho será implementado e aplicado.
ESTÉTICA DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Talia Cotton, designer, fundadora e diretora de criação da Cotton Design
A tendência que eu gostaria de ver se aposentando é a dos projetos que parecem ter sido feitos por inteligência artificial. A IA é uma ferramenta poderosa e os designers devem continuar a fazer experiências com ela para ampliar seus limites. Mas em 2024, ainda em seus estágios iniciais, vimos com frequência os criativos pararem na estética padrão que a IA fornece, em vez de aprimorá-la.
Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas estou animada para ver mais designers indo além da estética digital. Porque, se não o fizermos, não estaremos mais projetando, mas simplesmente usando uma ferramenta.
FUTURISMO RETRÔ DOS ANOS 70
Joe Doucet, designer industrial e fundador da Joe Doucet x Partners
Estive em Palm Springs (Califórnia) nas últimas férias e passei um tempo passeando por algumas lojas de móveis e antiguidades. Fiquei impressionado com o fato de um número
considerável de peças do final dos anos 60 e início dos anos 70 se parecerem exatamente com o design “contemporâneo”. Muito além das noções de que o passado influencia as tendências atuais, elas pareciam ser usadas como projetos.
Essas peças de design clássico eram, na época, uma reação ao passado e anunciavam uma visão otimista do que o futuro poderia representar. Simplesmente pegar formas emprestadas para criar um novo pastiche de algo que já existe é um desperdício de talento e recursos. Se formos copiar alguma coisa, vamos copiar o espírito da época e criar uma nova visão do que o nosso futuro poderia ser.
VERDE OSTENTAÇÃO
Sean Quinn, diretor de design regenerativo da HOK
Os excessos da representação pouco realista da natureza em renderizações precisam desaparecer. O design precisa evoluir por meio de um profundo conhecimento do local: o ambiente, a cultura e seu contexto. Precisamos liderar com serviços de ecossistema e projetar nossos sistemas de construção e engenharia para operar como o mundo natural à nossa volta.
O trabalho que realizamos molda vidas, comunidades e ecossistemas.
Podemos aproveitar a inteligência e os sistemas naturais de um local para criar sistemas de construção holísticos. Da mesma forma, os edifícios podem reforçar seu lugar ao expandir a área, as condições e os recursos para que a paisagem prospere. A ecologia do local e a tecnologia dos edifícios precisam interagir e se apoiar mutuamente. A biologia se torna tecnologia.
ACABAMENTOS SEM GRAÇA
Emily Shapiro, designer de interiores e fundadora da TALD
É hora de evoluir para além dos acabamentos padrão que não têm personalidade nem durabilidade. Há maneiras de investir com sabedoria em sua casa para obter um benefício maior. Os interiores, assim como a moda, convidam você a equilibrar os altos e baixos e podem gerar retornos significativos com a ajuda de orientações adequadas ao seu orçamento.