Estudo comprova que designers preferem sempre os mesmos tipos de letras
Pesquisadores analisaram milhares de fontes e confirmaram aquilo que todo designer já adivinhava
A ciência acaba de justificar as suas preferências na hora de escolher fontes.
Pesquisadores da Universidade de Hanyang, em Seul, na Coreia do Sul, quantificaram os conjuntos de fontes mais comuns, analisando e mapeando quais são usadas juntas em anúncios, capas de álbuns, livros, embalagens e sites.
As descobertas feitas por eles, baseadas em 8.042 combinações de duas fontes e 3.089 de três fontes encontradas no site Fontsinuse.com e publicadas na "Scientific Reports", proporcionam uma nova maneira visual de pensar sobre quais fontes combinam e por quê.
O estudo valida aquilo que os designers gráficos já sabiam: vivemos em um mundo que prioriza as fontes sem serifa. Mas um gráfico de rede publicado no estudo mostra a extensão desse fenômeno.
Helvetica, Futura e Univers são os carros-chefes do mundo do design, formando os maiores eixos do conjunto de dados dos pesquisadores, seguidas por outras fontes sem serifa, como Akzidenz-Grotesk e Gotham.
Essas fontes limpas e modernas apareceram mais do que quaisquer outras e foram combinadas com uma ampla variedade de fontes secundárias e terciárias, dependendo da mídia.
Mapa do estudo que visualiza as fontes e como elas se conectam umas com as outras.
“Essas fontes são altamente versáteis, servindo como base para projetos tipográficos em uma ampla variedade de contextos”, escreveram os autores Jiin Choi e Kyung Hoon Hyun sobre as fontes sem serifa.
“Suas fortes conexões com outras fontes, particularmente as frequentes combinações entre Helvetica e Futura, demonstram uma relação complementar sólida, tornando-as escolhas básicas nas práticas de design contemporâneo”, acrescentaram.
PARES MAIS POPULARES
Já as fontes com serifa, decorativas e de script tendem a formar grupos menores e secundários, revelando suas funções especializadas para diferentes casos de uso. Revistas e periódicos geralmente usam fontes com serifa adequadas para leitura impressa, enquanto a publicidade tende a usar combinações que incluem fontes visualmente mais ornamentadas.
Os celulares e tablets usaram fontes mais grossas, que são melhores para leitura em um dispositivo. As marcas e as identidades usaram combinações com mais fontes com glifos distintos e em negrito.
Helvetica, Futura e Univers são os carros-chefes do mundo do design.
O estudo constatou que algumas mídias têm pares de fontes com diferenças mínimas, como livretos e panfletos, marcas e identidades, e revistas e periódicos.
As artes dos álbuns de música revelaram exatamente o oposto, com pares muito mais díspares de fontes básicas e decorativas, sugerindo que pode ser comum os designers combinarem uma fonte divertida para o nome do artista ou do álbum com uma fonte mais fácil de ler para o restante da arte da capa.
Os principais exemplos de combinação são Futura-Futura Condensed, Futura-Helvetica e Helvetica-Times New Roman, de acordo com o estudo. Mas, como os pesquisadores descobriram, tudo depende da mídia. Uma fonte limpa e versátil é ótima para a base, mas, dependendo do contexto de uso, os designers podem escolher as combinações mais adequadas.
“Dada a natureza altamente visual e intuitiva da tipografia, os designers buscam diretrizes práticas que não apenas aprimorem a estética visual, mas também se alinhem ao tom emocional do conteúdo”, disseram os pesquisadores. Portanto, “compreender as características visuais fundamentais das fontes é essencial para a aplicação prática do design”.
Os autores do estudo de pareamento de fontes veem sua pesquisa como um “primeiro passo para compreender a morfologia das fontes e as relações de combinação” a serem expandidas em estudos posteriores.