Novo parque de diversões da Universal é muito mais parque – mas com diversão
O Epic Universe foi criado para resgatar o verdadeiro significado da palavra “parque” nos parques temáticos

Logo nos primeiros passos dentro do recém-inaugurado Epic Universe, o novo parque temático da Universal, em Orlando, na Flórida, os visitantes percebem que há algo diferente ali.
Em vez da tradicional enxurrada de lojas de souvenirs e calçadas de concreto logo na entrada – como acontece na maioria dos parques de diversão –, o Epic Universe aposta em um visual mais tranquilo, com muitas árvores, caminhos sinuosos e paisagismo exuberante.
Essa área de entrada se chama Celestial Park – e é uma resposta direta ao modelo tradicional de parque lotado de lojas e concreto. “Foi aqui que a gente devolveu o ‘parque’ ao parque temático”, explica Steve Tatham, diretor executivo de criação e principal designer do Epic Universe.
Como primeiro grande parque da Universal em mais de duas décadas, a proposta era redefinir tanto a imagem da marca quanto a experiência tradicional de um parque de diversão.
O projeto rompe com alguns dos padrões mais consolidados desse tipo de espaço. “Queríamos um parque com mais áreas verdes e menos concreto, algo que realmente fosse pensado para a experiência dos visitantes”, afirma Tatham.
No Celestial Park foram plantadas 400 mil espécies vegetais. Ele funciona como o espaço central que liga os quatro mundos temáticos do parque, entre eles, o Super Nintendo World e The Wizarding World of Harry Potter – Ministry of Magic.

Mais do que um simples corredor, Tatham enxerga o Celestial Park como uma atração em si. “Tem gente que quer apenas curtir o ambiente, então criamos algo que agradasse todo mundo”, diz.
Pensado para ser tanto um ponto de conexão quanto um espaço de respiro entre as atrações mais agitadas, o Celestial Park e o próprio Epic Universe foram inspirados nas feiras mundiais do passado. Tatham cita referências como a Exposição Mundial de Chicago de 1893 e a Feira Mundial de Nova York de 1939, ambas marcadas por uma arquitetura ousada e visão futurista.

“Esses eventos tinham um espírito otimista, com muita influência do Art Nouveau e Art Déco – estilos que, para mim, representam bem essa ideia de progresso e comunidade. Queríamos capturar essa essência no parque.”
Claro que, no fim das contas, ainda se trata de um parque temático – e parte de um gigantesco complexo de atrações e hotéis da Universal em Orlando. A empresa, que pertence à Comcast, está apostando alto nesse novo capítulo, com um investimento estimado de US$ 7 bilhões.
O momento parece favorável: segundo o presidente da Comcast, Mike Cavanagh, a receita dos parques temáticos triplicou nos últimos 10 anos, chegando a US$ 3 bilhões em 2024.

O Celestial Park traz todos os elementos clássicos de um parque: montanha-russa, carrossel, fonte interativa, 11 opções de restaurantes e seis lojas. A diferença é que tudo foi cuidadosamente integrado ao ambiente, reforçando a narrativa do parque, que se baseia em portais que transportam os visitantes para diferentes mundos – todos acessados a partir do Celestial Park.
“Meu foco está sempre na história”, diz Tatham. “Esse é o ponto de partida de qualquer projeto aqui – seja a arquitetura, uma atração ou qualquer elemento do parque.”

Segundo ele, esse cuidado em criar espaços mais abertos e interativos responde a uma demanda crescente do público por experiências mais imersivas.
Pesquisas com visitantes mostram que, embora o uso de tecnologia nas atrações seja bem-vindo, as pessoas querem cada vez mais áreas em que possam interagir de forma ativa, e não apenas assistir ou andar em brinquedos.
“Elas queriam mais imersão, cenários reais, personagens animados – e a gente entregou tudo isso, com força total”, diz Tatham. “Quem visitar o Epic Universe vai encontrar exatamente o tipo de experiência que estava esperando.”