Porta inteligente se abre automaticamente ao reconhecer o morador

Startup combina design, IA e automação para eliminar chaves e fechaduras e aumentar a acessibilidade

Crédito: Doma/ Divulgação

Nate Berg 3 minutos de leitura

A porta automática foi reinventada. A startup Doma de tecnologia voltada para residências, anunciou sua primeira linha de produtos: um conjunto de portas capazes de abrir e fechar automaticamente ao detectar a aproximação do morador.

Repletas de sensores, motores e tecnologia de reconhecimento facial, as Doma Intelligent Doors levam esse tipo de funcionalidade e controles programáveis para a porta de entrada da casa – tudo isso sem grandes e chamativos.

Por serem abertas e fechadas com tanta frequência, as portas sempre dependeram de ação manual. Embora o esforço físico seja relativamente pequeno, o simples ato de abrir e fechar uma porta não está livre de desafios. Para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, por exemplo, portas automáticas podem representar um ganho considerável de autonomia.

As portas da Doma funcionam reconhecendo os moradores da casa e abrindo automaticamente quando eles se aproximam. Na parte externa, uma tela circular do tamanho de uma maçaneta acomoda os sensores de reconhecimento facial que permitem a abertura conforme a pessoa se aproxima.

Crédito: Doma

Além do reconhecimento facial, a Doma projetou o sistema para operar de outras cinco formas: via bluetooth, por sensores de posicionamento de banda ultralarga, por acesso com QR code, por senha digitada em um teclado ou pela internet.

Na parte interna da porta, uma tela maior funciona como painel de controle para travar, destravar e manter a porta aberta temporariamente, além de servir como um “olho mágico” ampliado, com transmissão de vídeo ao vivo.

porta inteligente com abertura por reconhecimento facial

Os motores e mecanismos de fechamento da Doma são integrados ao interior da própria porta, o que os torna compatíveis com batentes convencionais. No lado das dobradiças, o sistema de fechamento se conecta ao batente em um único ponto e é ligado diretamente ao sistema elétrico da casa.

Todos os componentes da porta, incluindo uma bateria de reserva com autonomia de até 30 dias, são acessíveis pela lateral da porta.

porta inteligente com abertura por reconhecimento facial
Crédito: Doma

A Doma é liderada pelos fundadores Jason Johnson e Yves Béhar. Johnson afirma que a abordagem da automação do ponto de vista do design foi uma das razões pelas quais ele e Béhar criaram a empresa. O objetivo era “fazer com que a tecnologia se misturasse às superfícies da casa e desaparecesse o máximo possível”.

A tecnologia por trás da abertura e do fechamento automáticos foi um foco central do processo de design. A empresa desenvolveu um mecanismo que utiliza sensores de radar de ondas milimétricas de alta sensibilidade, capazes de interromper o motor da porta instantaneamente ao detectar um ser humano em seu trajeto.

porta inteligente com abertura por reconhecimento facial
Crédito: Doma

Eles também criaram o que chamam de uma "embreagem eletrônica", que desacopla imediatamente o motor caso a porta seja empurrada ou puxada manualmente. “Ela funciona como uma porta normal, sem qualquer atrito ou resistência”, diz Johnson.

No início de 2026, a empresa pretende anunciar uma segunda linha de produtos com janelas inteligentes. Utilizando a mesma tecnologia de abertura e fechamento e uma abordagem semelhante de automação e controle pelo usuário, as janelas fazem parte de um pacote maior voltado a melhorar a segurança da casa, a qualidade do ar e o controle climático.

porta inteligente com abertura por reconhecimento facial
Crédito: Doma

A ideia por trás da Doma é que, ao conectar diferentes elementos da casa a esses sistemas, a tecnologia possa automatizar tarefas simples e repetitivas, economizando esforço e, ao mesmo tempo, otimizando o ambiente interno.

Com portas e janelas que se abrem e fecham sozinhas, sugerem Béhar e Johnson, a casa pode reagir em tempo real às necessidades de seus moradores, sem que eles precisem pedir. Em conjunto, essa visão se aproxima mais do tipo de casa inteligente que a dupla imaginou ao criar seu primeiro dispositivo conectado.

“A Doma representa uma mudança de um pensamento centrado em dispositivos para um pensamento centrado no ambiente”, afirma Béhar. “Não é um produto que você instala; é um sistema vivo no qual você habita.”


SOBRE O AUTOR

Nate Berg é jornalista e cobre cidades, planejamento urbano e arquitetura. saiba mais