Marcando posição: acionistas decidem manter políticas de DEI da Apple
A empresa, dona da marca mais valiosa do mundo, recusou acabar com sua política de diversidade, equidade e inclusão

Em reunião realizada nesta terça-feira (dia 25), os acionistas da Apple decidiram rejeitar uma tentativa de pressionar a gigante da tecnologia a eliminar seus programas corporativos voltados para a diversidade, equidade e inclusão (DEI) da sua da força de trabalho.
A proposta, elaborada pelo Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas (National Center for Public Policy Research dos EUA – um think tank que se autodenomina conservador – pedia que a Apple acompanhasse o movimento de diversas grandes empresas que recuaram de suas iniciativas DEI, atualmente na mira do presidente Donald Trump.
Essa iniciativa ocorre um mês depois que o mesmo grupo apresentou uma proposta semelhante na reunião anual da rede de varejo Costco, que foi amplamente rejeitada.
Assim como a Costco, a Apple tem defendido firmemente seus esforços de diversidade e inclusão, argumentando que essas práticas fazem sentido do ponto de vista dos negócios.
A proposta do NCPPR critica as políticas de DEI da Apple, alegando que os compromissos da empresa com a diversidade não estão alinhados com decisões judiciais recentes e que os programas expõem a empresa a uma série de possíveis processos por suposta discriminação.
O grupo estima que cerca de 50 mil funcionários da Apple poderiam abrir ações contra a empresa, sem detalhar como chegou a esse número.
O risco de problemas legais foi amplificado na semana passada, quando o Procurador-Geral da Flórida, James Uthmeier, entrou com uma ação na justiça federal contra a rede de lojas Target, alegando que o programa de DEI da empresa (que o reduziu recentemente) afastou muitos consumidores e prejudicou as vendas, impactando negativamente os acionistas.
Assim como a Costco, a Apple tem defendido firmemente seus esforços de diversidade e inclusão.
Em sua resposta à proposta anti-DEI, a Apple afirmou que seu programa é uma parte essencial da cultura da empresa, ajudando-a a atingir seu atual valor de mercado de US$ 3,7 trilhões – maior do que qualquer outra empresa no mundo.
“Acreditamos que a maneira como conduzimos nossos negócios é tão fundamental para o sucesso da Apple quanto criar os melhores produtos do mundo”, disse a empresa. “Buscamos conduzir nossos negócios de forma ética, honesta e em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.”

No seu último relatório sobre as políticas de DEI da Apple, de 2022, a emprsa divulgou que quase três quartos de todos os seus funcionários eram brancos e asiáticos e quase dois terços eram homens.
Outras grandes empresas de tecnologia, por anos, relataram que a maioria de seus funcionários eram homens brancos e asiáticos, especialmente em cargos bem remunerados de engenharia, tendência que levou a indústria a buscar esforços, em grande parte sem sucesso, para diversificar suas equipes.