Empresas e COP30: como grandes eventos podem impulsionar o compromisso com a regeneração?
Precisamos, mais do que nunca, nos organizar coletivamente para posicionar o Brasil como um país preparado para receber investimentos
Não há mais dúvidas: as organizações que se comprometem a mitigar os impactos de suas operações – incluindo as externalidades associadas – ganham muito em reputação e reconhecimento.
Claro, devemos separar o joio do trigo e nos atentar às empresas com muitas promessas e poucas ações. Mas, para as organizações que se engajam de fato com os pilares ESG, o momento é de alta visibilidade.
Isso porque a sociedade civil cobra cada vez mais um posicionamento empresarial alinhado à urgência climática que enfrentamos. Estamos prestes a atingir pontos de não retorno (limite crítico que, se ultrapassado, desencadeia a transformação de um ecossistema) e precisamos do engajamento de todos os atores – empresas, governos e sociedade – para garantir a manutenção da vida em nosso planeta.
Com as catástrofes naturais ganhando frequência, o espaço do negacionismo climático está diminuindo e o senso de coletividade para agir nas mudanças tende a crescer.
A nosso favor temos a realização de dois eventos importantíssimos para a diplomacia internacional e para a mobilização intersetorial aqui no Brasil, nos próximos meses. Em novembro, o Rio de Janeiro será palco da reunião do G20 pela primeira vez. Ano que vem, será a vez de Belém receber a COP30.
Para as organizações que querem impulsionar o seu compromisso socioambiental, esses eventos serão uma grande oportunidade de desenvolver parcerias e potencializar negócios.
Instituições como a World Climate Foundation, que é responsável pelo World Climate Summit (principal evento paralelo de negócios climáticos nas COPs), Semana do Clima de Nova York e em Davos, querem se aproximar de empresas que estejam comprometidas com a criação de uma economia verde.
A ideia é unir esforços e aplicar investimentos de forma efetiva, sempre em alinhamento com as demandas dos governos e comunidades locais. Esse é o caso da Climate Investment Coalition, que prevê investir recursos significativos em inúmeras soluções climáticas antes de 2030.
Por isso, precisamos, mais do que nunca, nos organizar coletivamente para posicionar o Brasil enquanto um país preparado para receber investimentos. O momento que vivemos é único e, sem dúvidas, uma oportunidade imperdível para compartilhar a narrativa brasileira e os melhores cases e soluções inovadoras que estamos desenvolvendo.
Esta é a hora de o governo acelerar seus planos de transição e de todas as empresas declararem compromissos reais e mensuráveis para que estes não sejam eventos de promessas mas, sim, reuniões propulsoras de mudanças reais.
Acredito, verdadeiramente, no poder das articulações intersetoriais. Se quisermos reverter a situação atual rapidamente, ninguém mais pode jogar a bola para o outro. Cada um de nós tem um papel crucial nessa corrida contra o tempo.