Investidores questionam Walmart sobre suspensão das políticas de DEI

Acionistas se opõem às mudanças nas políticas da empresa em meio a temores de que ela esteja cedendo à pressão de grupos contrários à diversidade

Crédito: Fabio Bracht/ Unsplash

Lily McDonald 2 minutos de leitura

Mais de 30 investidores do Walmart – que, juntos, administram ou assessoram ativos avaliados em US$ 266 bilhões – pediram explicações à empresa sobre sua decisão de reduzir iniciativas de diversidade, equidade e inclusão. Também destacaram possíveis impactos negativos decorrentes d o Walmart suspender políticas de DEI na empresa.

Em uma carta enviada ao CEO Doug McMillon em 15 de janeiro, os acionistas afirmaram: “o Walmart enviou um recado claro a todos os grupos sub-representados e marginalizados de que não irá lutar para proteger seus direitos.”

Entre os investidores estão grupos religiosos como as Irmãs da Humildade de Maria e os Fundos da Igreja Unida. Eles pedem um diálogo respeitoso com a alta liderança e o conselho administrativo para discutir as mudanças e entender melhor as novas diretrizes da empresa.

Os acionistas afirmam que, há mais de 30 anos, mantêm contato direto com o Walmart para tratar dos riscos associados ao racismo, discriminação e desigualdade.

Apesar disso, dizem que a empresa não deu justificativas financeiras ou comerciais para a mudança, embora eles próprios tenham apresentado estudos e dados que comprovam os benefícios econômicos e empresariais das iniciativas de DEI.

A carta foi divulgada pela “Bloomberg”.

"UM SENSO DE PERTENCIMENTO"

Em novembro de 2024, o Walmart confirmou a redução de seus programas de DEI. Em comunicado oficial, a empresa declarou: “estamos em uma jornada e sabemos que não somos perfeitos, mas cada decisão que tomamos visa promover um senso de pertencimento, abrir portas para oportunidades para nossos colaboradores, clientes e fornecedores e ser um Walmart para todos.”

No entanto, os investidores acusam a maior varejista do mundo de estar sendo “desonesta”. Eles argumentam que a empresa contradiz sua declaração de compromisso com um “senso de pertencimento” ao cortar programas que promovem inclusão.

Os investidores dizem que a empresa não deu justificativas financeiras ou comerciais para a mudança.

Na carta, os acionistas expressaram preocupação com o fato de o Walmart “ceder ao bullying e à pressão de grupos contrários à DEI”. Eles destacaram que a empresa ignorou os apelos de um grande número de seus próprios investidores para combater os riscos da desigualdade racial.

O Walmart não respondeu quando procurado pela Fast Company.

Essas mudanças acontecem em um momento de transformação no cenário político, com pressões de figuras como Robby Starbuck, um ativista conservador que ameaçou boicotar marcas que não recuarem de seus programas de diversidade.

Os investidores encerraram a carta pedindo que o Walmart mantenha programas e políticas que promovam o crescimento, enfatizando que a empresa não deve permitir que pressões políticas comprometam seus valores.


SOBRE A AUTORA

Lily é repórter de design, tecnologia e negócios da Fast Company. saiba mais