É possível criar projetos sobre saúde íntima com uma comunicação tão limitada?

Essa discussão deveria estar também aberta e rotineira nos algoritmos do Tik Tok e da Meta

Crédito: Fast Company Brasil

Dani Benoit 1 minutos de leitura

Como podemos debater em larga escala a saúde sexual, seja entre mulheres e homens mais velhos, ou até adolescentes, se as palavras vagina e pênis são apenas proibidas nas redes?

Quem traz essa provocação em um painel sobre tabus e saúde sexual feminina no festival Cannes Lions é Halle Berry. Vencedora de alguns dos principais prêmios do cinema, ela foi a primeira afro-americana a ganhar o Oscar de melhor atriz pelo filme “A Ceia” (2001).

As mulheres gastam, em média, U$ 2 mil por ano em tratamentos durante a menopausa.

Esse questionamento alugou uma mansão na minha cabeça! Eu, mulher em idade de climatério, que faço reposição hormonal e que tenho acesso a discussões e informações acerca da minha saúde, paro para pensar que essa discussão à qual estou tendo acesso deveria estar também aberta e rotineira nos algoritmos do Tik Tok e da Meta.

Longe de mim propor esgotar um tema tão complexo somente em um report de uma palestra feita em outro continente. Mas trago aqui mais um questionamento para dividirmos a despesa de aluguel (afinal, essas questões não devem morar somente aqui na minha cachola). Se falar sobre puberdade deixasse de ser tabu e fosse um assunto incentivado nas redes, será que isso nos levaria a um futuro em que a menopausa não causasse espanto e as mulheres em climatério deixassem de ser vistas como monstros quando entram nessa fase?

Sonhei alto? E pra falar não só de problemas, aqui vai aquele mimo que nos faz ter esperança: nesse mesmo painel, Halle trouxe a novidade de que a  Bayer criou um filme sobre uma sereia e Gino-Canesten, falando sobre odor vaginal.

 

Além de ser uma campanha com propósito, a pauta chama a atenção da indústria para uma grande oportunidade de negócios. Durante o painel, um dos dados apresentados foi sobre os gastos de uma mulher com tratamentos relacionados à saúde íntima. Em média, elas gastam U$ 2 mil por ano em tratamentos durante a menopausa.

Essas são as pautas que queremos ver na indústria de autocuidado, sem tabus!


SOBRE A AUTORA

Dani Benoit é fundadora do coletivo do coletivo de mulheres Manas. saiba mais