Cannes Lions 2024 | Camila Costa

Camila Costa é CEO e sócia da iD\TBWA

Crédito: Fast Company Brasil

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

As marcas sempre ditaram conversas e criaram tendências. Agora, também respondem às demandas da sociedade, principalmente em relação a uma pauta ESG. Como você enxerga o papel da iD\TBWA na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável? 

Como agência, parte de um grupo global e parceira dos nossos clientes, nossa posição e atuação vai desde seguir internamente os princípios dos pilares ESG até promovê-los em cada projeto ou campanha que lançamos com todo o ecossistema de parceiros.

É nosso papel também fomentar o educacional em torno dos temas – o que é super importante –, estimular mais iniciativas nesse sentido, reforçar o "walk the talk" e influenciar nas tomadas de decisão. É preciso ter a barra alta, questionar a todo momento e colocar esforço para contribuir com uma sociedade mais justa e sustentável.

Buscamos também ter sempre um projeto pro bono de impacto na pauta, nos quais temos a oportunidade de contribuir com nossas expertises para que haja um ganho de visibilidade, sensibilização, engajamento e até de arrecadação.

Cito como exemplos o case "Terra dos Invisíveis", para a ONG São Paulo Invisível – que ganhou ainda mais visibilidade por ter sido inscrito no Festival de Cannes – e um novo projeto que estamos criando para o Onçafari, que promove a conservação do meio ambiente e contribui com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos.

Como você mede o impacto de uma campanha em termos de sustentabilidade e justiça social? Quais são os maiores desafios que as marcas enfrentam ao tentar alinhar suas operações com objetivos socioambientais?

Assim como qualquer projeto/ campanha, é preciso ter objetivos, KPIs e metas bem definidos ao criar estratégias de comunicação sob a ótica de ESG. Só assim é possível constatar evoluções.

O maior desafio é que muitas dessas iniciativas contribuem, mas não resolvem a problemática. E é ainda mais desafiador porque impactar para transformar não dá resultados no curto prazo.

De qualquer forma, a mensuração é importante e pode ser pautada em diversos objetivos dessa longa jornada: impacto ao dar visibilidade para o tema, engajamento ao provocar conversas, sensibilização, tomada de ação, doações e muitas outras específicas, até redução de índices negativos ou incremento de resultados que mostram o caminho para a solução.

Como você vê o futuro da publicidade em um contexto de maior demanda por práticas socioambientais? 

A indústria da comunicação tem o poder e a responsabilidade de pautar temas, gerar discussões e influenciar comportamentos, além de dar visibilidade para iniciativas que impactam a sociedade.

A publicidade já tem demonstrado uma participação relevante nesse contexto, mas é preciso seguir avançando. É preciso garantir a verdade e a consistência das iniciativas que comunicamos. Não dá para agir apenas no momento dos festivais criativos. A sociedade está atenta e cobrará ainda mais.

No contexto tão aquecido do setor com a inteligência artificial, a combinação de dados, criatividade e inovação proposta pela iD\TBWA tem o potencial para realmente transformar.

Mas, no contraponto, o futuro da publicidade com certeza enfrentará muitos dilemas que precisam ser tratados com ética, responsabilidade e visão na construção de uma sociedade melhor e de impacto positivo.


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