Cannes Lions 2024 | Erh Ray

Erh Ray é fundador, CEO e CCO da BETC Havas

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Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

As marcas sempre ditaram conversas e criaram tendências. Agora, também respondem às demandas da sociedade, principalmente em relação a uma pauta ESG. Como você enxerga o papel da BETC/ Havas na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável?

Somos uma agência que valoriza e promove a diversidade em todas as suas formas. Acreditamos que a convivência com as diferenças e o cuidado com o coletivo resultam em um ambiente mais tolerante, criativo e acolhedor para todos.

Somos signatários dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPS), uma iniciativa do Pacto Global da ONU e ONU Mulheres, e apoiamos o Observatório da Diversidade na Propaganda.

Nos empenhamos em diversas ações para tornar nosso ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo. Essas ações incluem o trabalho de nosso Comitê de Diversidade e Inclusão, a realização de palestras, letramentos, a oferta de vagas afirmativas, a manutenção de um banco de talentos exclusivo para públicos diversos e um programa de estágios para o público minorizado, que conta com trilha de desenvolvimento, onde buscamos capacitar jovens para que possam alcançar seu potencial máximo e serem competitivos no mercado de trabalho.

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Como você mede o impacto de uma campanha em termos de sustentabilidade e justiça social? Quais são os maiores desafios que as marcas enfrentam ao tentar alinhar suas operações com objetivos socioambientais?

A BETC há muitos anos é referência em responsabilidade social no mercado publicitário. A Diversidade e a Sustentabilidade estão em nosso DNA desde a sua fundação. Dessa forma, quando surge uma campanha, pensamos em ideias que elevem as marcas e as coloquem em relevância no cenário nacional. Quando esta campanha tem forte apelo de sustentabilidade ou justiça social, trabalhamos para maximizar estes atributos para que se tornem projetos culturalmente relevantes e autênticos.

Como exemplo, temos o projeto Salve a Favela, feito em parceria com Kondzilla, MainStreet e Santeria. Produzimos um videoclipe com grandes nomes do funk e do rap para conscientizar e pedir justiça às famílias que perderam seus entes queridos para a violência policial. O projeto foi um sucesso e o impacto, enorme.

Porém, é fundamental alinhar as expectativas do cliente e seus valores com a proposta que temos para a campanha. E este seria o maior desafio, pois não queremos produzir algo que não tenha a identidade de nossos clientes. Queremos produzir algo que converse com a marca para que a ação desenvolvida alcance o público da melhor maneira possível e de forma realmente genuína.

Como você vê o futuro da publicidade em um contexto de maior demanda por práticas socioambientais?

Estamos testemunhando os impactos das mudanças climáticas e é fundamental que as marcas se posicionem. A agência vê essas práticas não apenas como uma tendência, mas como um imperativo moral e estratégico para o sucesso a longo prazo das marcas. 

Acreditamos que é necessário ir além do conceito de sustentabilidade, pois o comprometimento ambiental pode trazer vantagens competitivas. Além disso, é crucial para fortalecer a imagem das marcas diante de uma geração cada vez mais vigilante em relação à atuação das empresas nessa área.

Este cenário de maior demanda representa oportunidades para o mercado publicitário e pode ser um ponto de virada, provocando a criatividade para apresentar ideias e estratégias inovadoras para impactar positivamente o público e a sociedade.


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