Setor de luxo ingressa em peso no e-commerce
O surpreendente mercado chinês de 800 milhões de consumidores já conta com números também impressionantes nas vendas online.
Durante a pandemia, as estratégias de vendas por e-commerce, como o livestreaming, explodiram. Inclusive no seleto mercado de luxo. É o que disse Christina Fontana, diretora de parcerias estratégicas do Alibaba Group, na conversa na NRF 2022, na tarde de ontem, 16/01, sobre “como capturar o consumidor chinês”. Segundo ela, há na Alibaba mais de 200 marcas de luxo vendendo seus produtos online — inclusive jóias — via sessões de livestreamings personalizados. Segundo ela, o segredo está em adaptar a tecnologia àquilo que as marcas querem comunicar aos seus consumidores.
“É preciso ter a capacidade de se adaptar, com um mindset aberto. Nós na China nos adaptamos muito rapidamente às transformações trazidas pela pandemia. Para falar com o consumidor chinês é preciso usar talentos locais e insights locais para ter sucesso. Por isso, trabalhamos junto com as marcas para criar a melhor forma de apresentar a marca. Estamos presentes em mais de 100 cidades na China, cobrimos o país inteiro”, disse Christina em sua apresentação.
Segundo ela, o mercado de luxo demanda adaptações importantes. No caso de eventos como a Black Friday, por exemplo, marcas de luxo aproveitam a data para oferecer produtos especiais, séries limitadas de produtos e nunca oferecer descontos. Há muita inovação no mercado de luxo — em experiências nas redes sociais e estratégias de compras online. Um hábito comum entre jovens consumidores do segmento de luxo é o de compartilhar listas de compras, por exemplo. É um consumidor que está sempre de olho em novidades, e quer saber o que outras pessoas estão comprando.
E há peculiaridades importantes entre consumidores de luxo que vivem em pequenas cidades, e aqueles que vivem nas metrópoles. A coleta de dados e a tecnologia envolvida em processos mostrou que as mensagens de comunicação precisam ser diferenciadas, dependendo da demografia.
“Pessoas em cidades menores valorizam a opinião de amigos e de seus próprios grupos. Já os de grandes cidades preferem seguir grandes influenciadores e personalidades”, disse.
E, sim, as vendas aumentaram na pandemia porque, segundo comentou Christina, consumidores de luxo são mesmo consumistas incorrigíveis.
“Quando tudo está ruim, comprar coisas boas e bonitas faz a diferença. Aposto no crescimento do segmento”, confessou.
Para ela, a maior tendência do varejo é o foco nas pessoas.
“É preciso ter hiper atenção em quem são os consumidores. Tudo é sobre conexão, não importa onde estejam. Investir nessa conexão é essencial”, concluiu.
Acompanhe a cobertura especial da Fast Company Brasil da NRF 2022.