Live shopping: fenômeno de compras ao vivo cresce no Brasil

Crédito: Fast Company Brasil

Claudia Penteado 3 minutos de leitura

É uma espécie de reality show online que mistura entretenimento com comércio e que, em 2020, movimentou US$ 200 bilhões na China. Chama-se “live commerce”, ou “live shopping” e é um dos temas de maior atenção na NRF 2022, o maior evento mundial de varejo, promovido pela NRF (National Retail Federation), que acontece agora, entre 15 e 18 de janeiro.

A expectativa é que o live commerce, já considerado um fenômeno de resultados, alcance um faturamento de US$ 600 bilhões até 2027, segundo dados da Research and Markets.

Este tipo de “shopstreaming” consiste na contratação de um apresentador – que pode ser um influenciador e/ou celebridade – para ofertar um produto ao vivo, em uma plataforma online específica para este fim ou mesmo nas redes sociais da marca. Em tempo real, o apresentador tira dúvidas sobre o produto e responde às perguntas dos consumidores. O fenômeno vem ganhando tamanha importância que hoje na China há um novo mercado de trabalho formado pelos KOLs (Key Opinion Leader ou KOC, Key Opinion Consumer, uma espécie de “formador de opinião digital”, em tradução livre). Estes são os influenciadores que apresentam os streamings de live commerce e acabam por determinar as decisões de compra dos consumidores. Suas comissões podem ser altíssimas, já que só sua presença online gera visualizações e tráfego para a live. 

A ideia que surgiu na China, país que vem sendo responsável sozinho por um terço do consumo mundial nos últimos 10 anos, já chegou ao Brasil. Com a pandemia da Covid-19, o varejo passou por várias mudanças e naturalmente o live shopping é uma das novidades que, tudo indica, chegaram para ficar. Com a quarentena, o e-commerce ganhou novos consumidores que, até o início da pandemia, nunca tinham feito compras online. Gigantes como Americanas, Renner, Americanas, Riachuelo, Arezzo, Hope já estão no live shopping que deve ganhar força no próximo ano. 

Para Duda Cyreno, diretora comercial do Mercado Livre no Brasil, “o investimento em live commerce também foi um dos grandes diferenciais da plataforma que desenvolvemos em 2021, e seguirá neste novo ano, para promover o diálogo com os consumidores por meio de uma experiência de compra única, divertida, interativa e muito mais social. O Mercado Livre Live é uma plataforma de vendas e branding, com transmissões ao vivo e integradas ao marketplace”, diz a executiva.

A Via, responsável por marcas como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, detém um dos cases de sucesso no Brasi, “Me chama no zap”: “no caso das marcas da Via – Casas Bahia e Ponto – o cliente ainda pode ter a ajuda de um vendedor pela ferramenta “Me Chama no Zap”, considerado um case mundial, no qual o comprador passa a ter uma experiência de atendimento e consultoria, mesmo online. Ou seja, para nós já não há mais essa divisão entre físico e online e estamos preparados para atender o cliente onde, quando e como ele quiser’, diz Abel Ornelas, Chief Operating Officer (COO) da Via.

Em janeiro, na NRF 2022, o tema será objeto de algumas apresentações. Uma delas, no dia 17 de janeiro, contará com a presença da vice-presidente da American Express, Rachel Levy, e do CEO da plataforma Firework, Jason Holland, que falarão sobre “como o live commerce e o shoppertainment estão redefinindo a experiência do cliente online”. No dia seguinte, outra apresentação com o sugestivo título: “por que as marcas precisam aumentar o volume em 2022” vai tratar de como o live commerce ajudou as marcas a transformarem a experiência de compra através de grandes eventos de compras virtuais, combinando entretenimento com compra instantânea. 

Acompanhe a cobertura especial da Fast Company Brasil da NRF 2022. 


SOBRE A AUTORA

Claudia Penteado é editora chefe da Fast Company Brasil. saiba mais